O cardeal patriarca de Lisboa disse que a encíclica "Laudato Si", do Papa Francisco, reforça o "carácter humano da ecologia". Praticamente uma semana após a sua divulgação, a encíclica do Papa sobre ecologia continua a centrar atenções e debates.
Na noite desta quarta-feira, numa Igreja de São João de Deus, em Lisboa, a encíclica foi apresentada em Lisboa pelo Cardeal Patriarca.
D. Manuel Clemente destaca dois aspectos deste texto do Papa Francisco.
"É a primeira vez que um documento da Doutrina Social de Igreja aborda na sua integralidade a realidade social, humana, científica. Por outro lado, este ponto da integralidade ecológica porque muitas vezes quando se fala em ecologia fala-se apenas em ecologia extra-humana e extra-social, mais no sentido físico. O que o Papa requer mais do que uma vez ao longo desta encíclica é que a questão ecológica seja abordada integralmente e que não se deixe o ser humano de fora, como tantas vezes acontece", disse.
Segundo o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, a encíclica insere-se na Doutrina Social da Igreja, tendo como novidade a sua "globalidade" e o seu "carácter integral" num tema que diz respeito a crentes e não crentes.
D. Manuel Clemente sublinhou a "legitimidade" que o Papa tem para se pronunciar sobre estes temas, tirando "consequências sociopolíticas do Evangelho".
Leia a encíclica do Papa sobre o ambiente