O bispo do Porto anunciou esta segunda-feira a suspensão de missas e devoções populares em Lousada e Felgueiras, por causa do Covid-19.
Na “Nota Episcopal - Ao Clero das Vigararias de Lousada e Felgueiras”, publicada no site da diocese, o bispo do Porto confirma ter sido “contactado pelo Presidente da Administração Regional de Saúde do Norte” pedindo a sua colaboração para ajudar a circunscrever o “foco de irradiação” do novo coronavírus, que surgiu naquelas zonas.
Face ao pedido, o bispo decidiu “suspender todas as Missas e devoções populares até ao meio dia do próximo sábado”, dia 14, sendo que “a conveniência da celebração, ou não, das Missas” de sábado e domingo “dependerá da evolução que se verifique ao longo da semana”. A medida vigora para todas as “paróquias, reitorias e capelanias das vigararias de Lousada e Felgueiras”.
O bispo indica, ainda, que a administração de outros sacramentos “será feita apenas em caso de urgência e para o menor número possível de pessoas”, adiantando que relativamente aos funerais se deve tentar que sejam celebrados “exclusivamente com a presença dos familiares diretos”, devendo os participantes ser alertados de que “não devem exprimir os pêsames ou sentimentos mediante abraços, beijos ou afagos”.
D. Manuel Linda aconselha a que “enquanto se mantiver este perigo da saúde pública” os fiéis de Lousada e Felgueiras assistam à transmissão da Missa dominical pela televisão, assegurando que novas informações serão transmitidas “logo que existam”.
“Dever ético” de travar a propagação da doença
“Vários sacerdotes pediram conselhos a respeito das medidas profiláticas a adotar. Ressaltando sempre que é às estruturas de saúde a quem compete fornecê-las, apresento algumas orientações”, escreve o bispo do Porto numa outra mensagem divulgada a toda a diocese.
Na Nota Episcopal “O Dever Ético De Evitar A Propagação Do Covid-19”, D. Manuel Linda começa por aconselhar calma. “Tranquilizem-se os fiéis, de forma a evitar situações de pânico”, já que “não obstante o perigo efetivo que este vírus representa, não é comparável às terríveis pestes e pneumónicas que conhecemos da história”.
O bispo do Porto lembra a importância de se seguirem as indicações já dadas pela Conferência Episcopal. “Para além de medidas reforçadas de higiene, use-se a comunhão na mão e evite-se o gesto da paz, o uso da água nas pias de água benta e beijos ou outros gestos de contacto físico com imagens”.
Relativamente à catequese “preste-se atenção às Escolas locais: somente se estas fecharem é que se justificará o encerramento da catequese”, refere a nota, e que nas “estruturas eclesiais de apoio à infância (berçários, creches, etc.)” deve manter-se o “contacto permanente com os Delegados de Saúde locais”.
Já nas estruturas dirigidas a idosos – como lares, centros de dia, unidades de cuidados continuados – devem anular-se as visitas. Também as que alguns idosos recebem em casa, por parte “de visitadores de doentes, Ministros Extraordinários da Comunhão, Conferências Vicentinas e outros” devem ser reduzidas “ao mínimo indispensável”.
Relativamente às confissões, que nesta altura de quaresma são mais frequentes do que o habitual, “podem passar para o tempo pascal ou para qualquer outra altura do ano”, aconselha o bispo, sublinhando no entanto que “jamais se negará a confissão a quem a pedir”, devendo manter-se as precauções aconselhadas em termos de distância (nunca menos de um metro).
A Nota fala já na Semana Santa, indicando que “se as circunstâncias não se alterarem, na adoração da cruz, na Sexta feira Santa, e no tradicional ‘Compasso’ ou ‘Visita Pascal’, evitar-se-ão os beijos e far-se-á reverência à cruz”.