O Conselho Europeu aprovou esta quinta-feira o estatuto de candidato da Ucrânia e Moldávia à União Europeia (UE), anunciou o presidente Charles Michel.
"É um momento histórico", escreveu o presidente do Conselho, numa mensagem publicada na rede social Twitter.
Charles Michel assinala que, com esta decisão dos chefes de Estado e de Governo dos 27, foi dado um "passo importante" para a adesão da Ucrânia e Moldávia rumo à União Europeia.
O presidente do Conselho dá os parabéns aos presidentes e aos povos dos dois países.
"O nosso futuro é em conjunto", sublinha Charles Michel.
Costa alerta UE. "Temos de repensar a nossa arquitetura institucional e orçamental"
O primeiro-ministro português, António Costa, reforça que é preciso "repensar a nossa arquitetura institucional e orçamental" da União Europeia para que o processo de adesão da Ucrânia e da Moldávia não termine em frustração e ilusão.
“Este tem que ser um processo conduzido de uma forma leal, empenhada, correta, e Portugal, como o Presidente Zelenskiy disse, continuaremos a reforçar a cooperação bilateral que temos estabelecido, no apoio técnico, no apoio a este processo de candidatura", declarou António Costa, em conferência de imprensa, no final do Conselho Europeu.
O chefe do Governo insiste "que neste processo de candidatura não se trata apenas de verificar que a Ucrânia e a Moldávia e os outros eventuais candidatos venham a preencher os requisitos para entrar na União Europeia, mas é preciso também que a UE prepare os requisitos para os poder acolher”.
"Isso significa que temos de repensar a nossa arquitetura institucional e orçamental de forma a que esse processo de integração seja um caso de sucesso e não seja um fator de enfraquecimento da UE e de frustração dos próprios países com o estatuto de candidatos”, declarou António Costa.
Além do estatuto de candidato da Ucrânia e da Moldávia, o primeiro-ministro português assinala que o dia "“infelizmente ficou também marcado pela desilusão que muitos países do Balcãs ocidentais manifestaram relativamente às expetativas europeias que se foram gerando ao longo dos anos".
“Esta desilusão sinaliza a todos mais uma vez, como tenho insistido, que a atribuição deste estatuto de candidato à Ucrânia e à Moldávia constitui uma enorme responsabilidade para a União Europeia de não criar falsas expetativas , de não gerar frustrações que necessariamente terão um amargo futuro na nossa relação”, referiu António Costa.
"Futuro da Ucrânia é dentro da UE"
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, saudou hoje como "um momento único e histórico" a atribuição à Ucrânia do estatuto oficial de candidato à adesão à União Europeia (UE), uma decisão aguardada por Kiev em plena invasão russa.
"É um momento único e histórico nas relações Ucrânia-UE", congratulou-se Zelenskiy na sua conta oficial da rede social Twitter, afirmando que, na sua opinião, "o futuro da Ucrânia é dentro da UE".
"Saúdo sinceramente a decisão dos líderes da UE no Conselho Europeu, de conceder à Ucrânia o estatuto de candidato (...). Grato ao [presidente do Conselho Europeu] Charles Michel, à [presidente da Comissão Europeia] Ursula von der Leyen e aos líderes da UE pelo apoio", acrescentou.