O Presidente sírio, Bashar al-Assad, encarregou este domingo o primeiro-ministro interino, Hussein Arnous, de formar um novo governo, dois meses após as eleições presidenciais.
Em 17 de julho, Assad foi empossado para um quarto mandato presidencial, cerca de dois meses depois de ter sido reeleito com 95,1% dos votos, de acordo com as autoridades, numa eleição amplamente criticada pela oposição e pelo Ocidente.
Esta é a segunda vez que Hussein Arnous é encarregue de formar governo neste país flagelado por uma guerra que dura desde 2011 e por uma crise socioeconómica aguda.
Ex-ministro dos Recursos Hídricos, Arnous foi nomeado primeiro-ministro em agosto de 2020, tendo assumido temporariamente o cargo na sequência da demissão em junho do ex-primeiro-ministro Imad Khamis, no contexto de uma crise económica cada vez mais profunda.
Originário da cidade de Maarat al-Noumane na província noroeste de Idleb, Arnous, de 68 anos, é licenciado pela Faculdade de Engenharia Civil da Universidade de Aleppo.
O novo governo terá de gerir uma crise marcada por uma moeda nacional em queda e preços em alta, que levou ao empobrecimento em grande escala da população síria, bem como a uma grave escassez, particularmente de combustível e eletricidade.
A crise foi amplificada pelas sanções ocidentais e pelo colapso económico do vizinho Líbano, cujo sistema bancário serviu durante muito tempo como espinha dorsal para o fornecimento de dólares.
Nos últimos meses, Arnous foi forçado a recorrer a decisões impopulares, incluindo o aumento dos preços de vários alimentos.
Mais de 80% dos sírios vivem atualmente abaixo do limiar da pobreza, de acordo com a ONU.
Desde o início em março de 2011, o conflito sírio já matou cerca de meio milhão de pessoas, devastou a economia e as infraestruturas e provocou milhões de deslocados.