O regulador norte-americano impôs esta quarta-feira uma multa recorde de cinco mil milhões de dólares ao Facebook por ter "enganado" os utilizadores da rede social sobre a sua capacidade de controlar a confidencialidade dos dados pessoais.
A multa, equivalente a 4,48 mil milhões de euros, é a maior imposta por violação da vida privada dos consumidores, segundo um comunicado publicado pela entidade reguladora (Federal Trade Commission, FTC).
As autoridades impuseram também a criação de um comité independente sobre a proteção da vida privada, "suprimindo o controlo absoluto do líder do Facebook, Mark Zuckerberg, sobre as decisões que afetam a confidencialidade dos utilizadores", precisou o regulador.
"Os membros do comité de proteção da vida privada devem ser independentes e serão nomeados por um comité de nomeação independente", acrescentou.
Em comunicado, o Facebook reagiu indicando que o acordo com as autoridades que levou a esta sanção implica "uma mudança fundamental" na sua forma de trabalhar.
"O tipo de responsabilidade exigido pelo acordo vai mais longe do que a lei norte-americana e esperamos que seja um modelo para todo o setor", afirmou.
A rede social comprometeu-se a acrescentar funcionalidades que permitem aos utilizadores controlar melhor a sua privacidade em todos os níveis da plataforma e fornecer relatórios regulares sobre os riscos, os problemas e soluções aplicadas para assegurar a confidencialidade das informações.
As autoridades investigavam há mais de um ano o papel do Facebook num escândalo que envolvia a empresa britânica Cambridge Analytica, que trabalhou para a campanha eleitoral de Donald Trump em 2016 e que desviou dados pessoais de milhões de utilizadores em todo o mundo.
O Facebook vai publicar hoje os seus resultados trimestrais após o encerramento de Wall Street, esperando-se na ocasião declarações de Mark Zuckerberg sobre a multa inédita.