Na quinta-feira passada o presidente Trump anunciou que os EUA iriam aumentar os seus direitos aduaneiros sobre cerca de 300 mil milhões de dólares de importações vindas da China, a partir de 1 de setembro. Praticamente a totalidade das importações dos EUA provenientes da China pagarão, assim, direitos acrescidos.
As autoridades chinesas vão naturalmente retaliar, até porque souberam desta última decisão de Trump pela comunicação social. A guerra comercial agrava-se, com efeitos negativos para a economia mundial. As esperanças de um degelo nas relações comerciais entre os EUA e a China desvaneceram-se – Trump está convencido de que ganhará esta guerra, que já causa problemas no setor industrial americano e sobretudo nas exportações agrícolas de soja dos EUA.
A retaliação chinesa inclui, agora, uma desvalorização da sua moeda, a primeira desta ordem desde há onze anos. A China possui reservas cambiais muito confortáveis. E parece dizer, com esta medida, que já não acredita num entendimento comercial com Washington.
A memória dos efeitos negativos das desvalorizações competitivas dos anos 30 do século XX, que agravaram a Grande Depressão, não é animadora.