O Papa Francisco deveria ter assinado, este sábado, na Praça de São Pedro, uma “Declaração sobre a Fraternidade Humana”, elaborada por dezenas de Prémios-Nobel que participaram esta manhã no Meeting Mundial “Not Alone” (Sozinho não), organizado pelo Vaticano.
“Embora não possa acolher-vos pessoalmente, quero dar-vos as boas-vindas e agradecer cordialmente por terdes vindo. É com alegria que me uno a vós para professar este desejo de fraternidade e paz em prol da vida do mundo”, afirmou o Santo Padre.
Numa mensagem lida pelo organizador do encontro, Cardeal Mauro Gambetti, presidente da Fundação “Fratelli tutti”, o Papa agradeceu a participação dos ilustres convidados na elaboração desta «Declaração», desejando que ela “nos ofereça «uma gramática da fraternidade» e seja um guia eficaz para a viver e testemunhar concretamente no dia a dia”.
Francisco sublinha que “no nosso mundo dilacerado pela violência e a guerra, não bastam meros retoques e ajustamentos; só uma grande aliança espiritual e social, que nasça dos corações e se mova ao redor da fraternidade, pode fazer voltar ao centro das relações a sacralidade e a inviolabilidade da dignidade humana.”
O Papa não quer teorias mas “gestos concretos e opções compartilhadas que a fraternidade se torne cultura de paz” e convida os participantes a “aplicar o bálsamo da ternura nas relações gangrenadas tanto entre as pessoas como entre os povos. Nunca nos cansemos de gritar «não à guerra», em nome de Deus ou em nome de todo o homem e mulher que aspiram à paz”, acrescenta.
E como a fraternidade é um bem frágil e precioso, “é preciso superar a lógica dos sócios, que permanecem juntos apenas por interesse, sabendo também ultrapassar os limites dos laços de sangue ou étnicos, que só reconhecem o semelhante e negam o diverso”.
Com espírito pragmático, Francisco convida os Prémios-Nobel a fazer “daquilo que vivemos hoje, o primeiro passo de um caminho que possa iniciar um processo de fraternidade”, sempre na riqueza da diversidade e na “possibilidade de ser irmãos, mesmo quando não nos podemos encontrar fisicamente, como sucedeu comigo”, concluiu o Papa. “Segui em frente!”