Estados Unidos levantam embargo a troféus de caça de elefantes e leões
09-03-2018 - 16:37

O embargo foi introduzido pela administração Obama e proibia a importação de troféus de caça. A revogação contradiz declarações públicas de Trump, que disse que concordava com a proibição.

Os caçadores dos Estados Unidos vão poder importar os troféus de caça, incluindo dentes de elefante e peles de leão de países africanos.

A decisão foi tornada pública através de um comunicado do serviço federal de Pescas e Vida Selvagem (Federal Fish and Wildlife Service) e refere que as aprovações de importação serão avaliadas caso a caso e concedidas individualmente.

Em novembro do ano passado, funcionários do mesmo serviço federal já havia tentado levantar a proibição de importação de troféus de elefantes do Zimbábue e da Zâmbia. Agora, a nova política substitui e amplia essa decisão.

Autorização caso a caso e não país a país

Até aqui, o serviço federal de Pescas e Vida Selvagem avaliava a autorização de importação de troféus de caça, com base numa lista de países.

A Lei de Espécies Ameaçadas Especiais dos EUA defende que para que tais troféus sejam aprovados, os países exportadores devem demonstrar que a caça aumenta a sobrevivência de uma determinada espécie na natureza. A mesma lei obriga a que as taxas de importação dos troféus sejam aplicadas na conservação das espécies nos seus países de origem.

Na sequência de uma decisão judicial de dezembro, a agência federal vai agora considerar caso a caso a autorização e importação de troféus de caça de seis países – Zimbabué, Zâmbia, Tanzânia, África do Sul, Botswana e Namíbia.

Decisão controversa

Algumas organizações de caçadores dos EUA, como o Safari Club International, defendem a caça a estas espécies em risco como uma forma de “pagar a sua sobrevivência”.

Muitas destas organizações oferecem safaris a preços elevados – de 100 mil dólares para cima – que trazem benefícios para os países em causa e providenciam “fundos indispensáveis para a conservação dessas espécies” em países de escassos recursos, argumentam.

Após o anúncio de novembro, de que os Estados Unidos começariam a aceitar as importações de troféus de elefantes do Zimbábue e da Zâmbia, Trump recorreu ao Twitter para afirmar que iria reverter a decisão.

Na altura, o Presidente dos Estados Unidos escreveu que "teria muita dificuldade em mudar de opinião sobre considerar que esse espetáculo horrível, pode de alguma forma ajudar à conservação de elefantes ou qualquer outro animal ".

Apesar do comunicado do serviço federal de Pescas e Vida Selvagem a autorizar a importação de troféus depois de uma avaliação caso a caso, resta saber se a decisão será efetivamente aceite validada por um tribunal superior.