O Banco de Portugal revelou que as recentes inundações, devido às chuvas intensas, fizeram aumentar ligeiramente o número de notas entregues para serem recuperadas e parte do valor pode ser devolvido aos seus donos.
Entrevistado no novo podcast, o coordenador de área operacional de numerário, José Luís Ferreira, disse que "há evidências de que as recentes inundações em Lisboa aumentaram ligeiramente a entrega de notas húmidas" e que o banco central "aguarda que as inundações que estão a ocorrer no Norte do país também possam promover um movimento de acréscimo de serviço".
Qualquer cidadão que tenha notas destruídas ou mutiladas de forma acidental (estragadas por humidade, queimadas, comidas por animais, entre outros motivos) podem enviá-las para o Banco de Portugal para que sejam valorizadas - pode entregar as notas num balcão do BdP ou enviá-las por correio.
Para que uma nota de euro seja valorizada, mais de 50% da superfície tem de poder ser reconstituída para ser possível garantir a sua autenticidade pelos elementos de segurança (no caso das notas de escudo eram 75%).
Se for possível valorizar a nota, esta é destruída e é dado aos cidadãos o montante correspondente. Numa nota de 20 euros mesmo que só metade seja visível o valor de 20 euros é creditado na conta do apresentante ou do legítimo proprietário. Já se as notas forem irreconhecíveis, são dadas como perdidas, destruídas e a proprietário não recebe qualquer compensação.
O serviço de valorização de notas recuperou 324.853 notas entre 2002 e 2021, tendo restituído quase 12,6 milhões de euros a cidadãos que tinham notas de euro e escudo destruídas ou mutiladas e que, sem esse serviço, perderiam o dinheiro.
Apenas nos incêndios de 2017 chegaram ao Banco de Portugal 4.022 notas para serem valorizadas.
Todos os casos de notas destruídas que chegam ao Banco de Portugal para serem valorizadas são declarados à Unidade de Informação Financeira da Polícia Judiciária (PJ) e ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), para prevenir eventuais crimes. Na entrega das notas, os cidadãos têm de preencher um formulário com os seus dados e o contexto em que as notas foram destruídas. Se o numerário tiver sido deliberadamente danificado não é elegível para substituição.