Fernando Santos quer conhecer pessoalmente Paulinho e Pedro Neto. O selecionador está a par da qualidade dos dois jogadores, mas sente que é o momento de os ter no grupo para sentir o pulso a ambos, tendo em vista futuras chamadas.
"São jogadores com características diferentes dos que chamei na convocatória anterior. Quero conhecê-los pessoalmente e esta era uma boa oportunidade. Mas foram chamados, em primeiro lugar, porque têm qualidade", explica o treinador, em conferência de imprensa.
Paulinho, ponta de lança do Braga, já há algum tempo que falava do desejo de despertar a atenção do selecionador, e Pedro Neto, do Wolverhampton, fazia parte das escolhas de Rui Jorge no sub-21.
Os dois são chamados, pela primeira vez, à seleção A e têm no horizonte a possibilidade de se estrearem com a camisola da equipa das quinas.
Fernando Santos reforça que ambos pertencem ao lote de cerca de 50 jogadores que são regularmente avaliados. "Nesta convocatória, como na anterior, podemos aproveitar para observar jogadores que fazem parte de um lote muito alargado e a qualquer momento podem ser chamados", observa.
O treinador considera "injusto" que se referencia a ausência de um ou outro nome, porque, geralmente, se trata de futebolistas que estão nos seus planos. Desta lista, em comparação com a convocatória original para os desafios de outubro, saem Pepe, Podence, Rafa e André Silva. Além de Paulinho e Pedro Neto, entra Domingos Duarte.
Confiança na vitória sobre a França
Aquilo que Fernando Santos realça é que escolhe os jogadores tendo em conta os desafio que tem pela frente. E, neste caso, "o foco total está na Liga das Nações". "Temos o objetivo claro de voltar a estar na fase final para tentar revalidar o título", afirma.
Portugal tem um particular com Andorra, a 11 de novembro, e depois defronta França e Croácia, na dupla jornada final da fase de grupos da Liga das Nações.
A equipa nacional partilha a liderança com a França e o jogo com os campeões do mundo, na Luz, a 14 de novembro, poderá decidir tudo. Ciente da relevância do jogo, Fernando Santos manifesta uma total confiança na vitória.
"O jogo [com a França] só não é decisivo se houver empate 0-0. Nessa circunstância tudo passa para a última jornada. Os golos marcados fora e em casa são critério de desempate, o que é um pouquinho estranho. A vitória de uma das equipas decide tudo e um empate com golos penalizaria Portugal. Não há favorito e acredito que temos condições para vencer", sublinha.
Apesar da convicção forte na vitória, que admite que a França também terá, o selecionador assinala que será "um jogo muito difícil".
Gestão dos jogadores frente a Andorra
Serão os últimos jogos da seleção em 2020 e Fernando Santos revela que, se fosse possível, teria prescindo do encontro amigável com Andorra marcado por imposição da UEFA.
O argumento do treinador tem a ver com a condição física dos jogadores que têm sido sobrecarregados com competição.
Nesse sentido, o jogo com os andorrenhos, sendo para vencer, promove a possibilidade de fazer alguma gestão dos jogadores.
"É obrigatório fazer um jogo particular, mas, se não fosse, nós não faríamos nenhum jogo. Há uma grande sobrecarga dos jogadores. Importante é estarmos frescos. Vamos tentar gerir bem os jogadores para os ter frescos para todos os jogos. Vamos encarar jogo [com Andorra] para vencer, mas com alguma gestão", assinala.
Portugal joga a 11 de novembro um particular com Andorra, no Estádio da Luz, onde também recebe a França no dia 14, a contar para a Liga das Nações. Fecha a participação na competição na Croácia a 17 de novembro.