O primeiro-ministro, António Costa, no discurso da tomada de posse do novo Governo prometeu um Executivo "que resolva problemas e que crie oportunidades".
"Os portugueses desejam um governo que trabalhe afincadamente para que o país proteja os seus cidadãos, garanta a sua liberdade e segurança e os mobilize no esforço coletivo de modernizar Portugal", disse.
O líder socialista admitiu que as "circunstâncias mudaram e a conjuntura é mais adversa", mas considerou que o país "dispõe de condições únicas para romper definitivamente com o modelo de desenvolvimento assente em baixos salários, assegurando emprego digno e de qualidade, aumento o potencial do seu tecido produtivo e eliminando barreiras ao progresso económico".
António Costa começou por agradecer a todos os que ajudaram a enfrentar "a tormenta" da pandemia e acabou a apontar para os desafios do futuro.
"O quadro internacional é novo e coloca-nos novas exigências, mas o nosso rumo permanece inalterado. Temos provas dadas. Viramos a página da austeridade, estamos a virar a página da pandemia, vamos virar a página da guerra e juntos conseguiremos escrever as páginas de um futuro que queremos radioso", declarou.
O primeiro-ministro voltou a referir que "a maioria absoluta não significa poder absoluto", mas sim, pelo contrário, "uma responsabilidade absoluta para quem governa".
"É a ausência de alibis e de desculpas. Temos a obrigação de aproveitar a estabilidade para antecipar a incerteza, enfrentando corajosamente os desafios estruturantes com que nos confrontamos", apontou.
E o líder do Executivo garantiu que isso só pode ser alcançado através de "trabalho, em conjunto, com humildade democrática, com lealdade institucional, garantido o envolvimento dos partidos políticos e dos parceiros sociais".
Antes, o Presidente da República tinha lançado um aviso sério a António Costa, sobre uma eventual saída do cargo antes do final do mandato.
“Agora que ganhou e ganhou por quatro anos e meio, tenho a certeza que vossa excelência sabe que não será politicamente fácil , que esse rosto, essa cara que venceu de forma incontestável e notável as eleições , possa ser substituída por outra a meio do caminho ”, diz Marcelo Rebelo de Sousa.
O discurso do reempossado primeiro-ministro não trouxe uma resposta direta ao repto do chefe de Estado português, porém Costa referiu que "os portugueses resolveram a crise política e garantiram a estabilidade até outubro de 2026".
"O Presidente é o mesmo e o primeiro-ministro também é o mesmo. Assim, os portugueses podem contar com a normalidade institucional", garantiu.