O Presidente da Rússia desejou a rápida recuperação das vítimas do ataque a uma sala de espetáculos nos arredores de Moscovo, na sexta-feira à noite, que fez pelo menos 60 mortos e foi reivindicado pelo Estado Islâmico.
"O Presidente desejou a todos uma rápida recuperação e agradeceu aos médicos", disse hoje a vice-primeira-ministra russa, Tatyana Golikova, citada pelos 'media' do país.
Vladimir Putin ainda não se pronunciou publicamente sobre o atentado, que causou pelo menos 115 feridos.
O ataque armado, a que se seguiu um enorme incêndio numa sala de concertos nos arredores de Moscovo, foi reivindicado pelo grupo fundamentalista Estado Islâmico (EI).
AcUcrânia já negou qualquer responsabilidade, tendo os serviços secretos de Kiev acusado o Kremlin de orquestrar o ataque, para culpar a Ucrânia e justificar "uma escalada" da guerra, conforme noticiou a agência France-Presse (AFP).
As forças de ordem russas afirmaram estar à procura dos agressores e as autoridades advertiram que o número de mortos "pode aumentar".
O EI, que já atacou a Rússia em várias ocasiões, afirmou na plataforma de mensagens Telegram que os combatentes do grupo "atacaram uma grande concentração (...) nos arredores da capital russa".
A organização fundamentalista afirmou que o grupo de comandos tinha depois "regressado em segurança à base".
De acordo com o Ministro da Saúde da Rússia, Mikhail Murashko, 115 pessoas estão hospitalizadas, incluindo cinco crianças. Entre os feridos, sessenta adultos e um menor encontram-se em estado grave.
O atentado, que os meios de comunicação social russos começaram a noticiar por volta das 20h15 de Moscovo (17h15 em Portugal), foi levado a cabo por vários indivíduos armados na Crocus City Hall, uma sala de espetáculos situada em Krasnogorsk, nos arredores da capital russa, informou a AFP.
Jornalistas da agência de notícias viram o edifício mergulhado em chamas, nuvens de fumo negro a sair do telhado e uma enorme presença policial e dos serviços de emergência.
De acordo com a televisão russa, o telhado do edifício colapsou parcialmente. Não foi dada qualquer informação sobre o número de pessoas presas no interior da estrutura.
"Pouco antes de começar, ouvimos de repente várias rajadas de metralhadora e um grito terrível de mulher. Depois, muitos gritos", disse à AFP Alexei, um produtor musical que estava no camarim no momento do ataque.
De acordo com um jornalista da agência de notícias estatal Ria Novosti, pessoas camufladas invadiram a sala de espetáculos antes de abrirem fogo e lançarem "uma granada ou uma bomba incendiária".
Os serviços de emergência afirmaram que as chamas se espalharam pelos quase 13 mil metros quadrados do edifício, antes de o fogo ser contido.
O Presidente da Câmara de Moscovo, Sergei Sobyanin, anunciou o cancelamento de todos os eventos públicos deste fim de semana. Os principais museus e teatros da capital também anunciaram que vão fechar as portas.
Segundo a televisão russa, foram tomadas medidas de segurança reforçadas, nomeadamente nos aeroportos de Moscovo e noutras grandes cidades do país.