Os países da União Europeia (UE) já estão perto de discutir o envio de "forças de paz" para a Ucrânia, anunciou o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, na rádio Kossuth, no sábado.
“Nas conversas entre os líderes europeus, a questão de enviar tropas dos estados membros da União Europeia para manter a paz na Ucrânia tornou-se legítima e aceite. Estamos perto dessa fronteira antes intransponível”, afirmou na radio nacional.
Orbán disse que a Europa está "indiretamente em guerra com a Rússia", já que vários países europeus prometem enviar tanques de guerra para ajudar a Ucrânia a combater a invasão Russa.
O nacionalista Viktor Orbán, reeleito em 2022 para um quarto mandato consecutivo, reiterou que ser um membro da NATO é "vital" para a Hungria, mas disse que o governo húngaro não enviará armas à Ucrânia nem romperá suas relações económicas com Moscovo.
Orbán, que se encontrou pela última vez com o presidente russo,
Vladimir Putin, apenas três semanas antes de a Rússia invadir a Ucrânia a 1 de fevereiro, projetou que a guerra poderia arrastar-se
durante vários anos.
"A Europa está a entrar na guerra neste momento, está num equilíbrio perigoso", disse ele aos seus apoiantes num discurso. "Na verdade, já estão indiretamente em guerra com a Rússia."
"Começou com capacetes... agora estamos a enviar tanques, e caças estão na agenda, e não falta muito para ouvirmos falar das chamadas tropas de manutenção da paz", reiterou o governante húngaro.
O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, disse no início desta semana que as nações ocidentais prometeram 48 tanques Leopard 2 para Kiev.
Orban disse que a posição da Polónia e dos estados bálticos em relação à guerra é compreensível, mas alegou que o conflito poder-se-ia ter desenrolado de forma diferente se tivesse sido dada uma garantia de que a Ucrânia não seria admitida na NATO. Também voltou a criticar as sanções da UE por prejudicar a economia húngara.
"Há um ano, quando a Rússia lançou um ataque, o Ocidente não isolou o conflito, elevou-o a um nível europeu. Poderia tê-lo tratado como uma guerra local ou como um conflito militar entre duas nações eslavas como sugeriu a Hungria", disse Orban.
"O que aconteceu é outro argumento contra o superestado de Bruxelas e a favor de estados-nação fortes", acrescentou, antes de voltar o seu discurso para a saúde da economia húngara.