O chefe da missão diplomática para a Palestina em Portugal, Nabil Abuznaid, diz que ainda nenhuma pessoa com nacionalidade portuguesa cruzou a fronteira de Rafah, entre Gaza e o Egipto.
“Já olhei para a lista das nacionalidades, mas ainda nenhum português saiu. Sei que são poucos, talvez apenas uma família”, referiu.
Em declarações à Renascença, Nabil Abuznaid refere que a abertura da fronteira é um bom começo para se conseguir salvar pessoas.
“Estou feliz por ver algumas pessoas, que precisam de tratamento médico, a conseguirem cruzar a fronteira com o Egipto, bem como pessoas de várias nacionalidades. É uma medida que já vem atrasada, mas é uma boa medida. Estou certo de que mais pessoas vão conseguir sair hoje, pelo menos 400”, acrescenta.
O último balanço indica que, pelo menos, 76 palestinianos feridos e 320 pessoas - estrangeiras ou com dupla nacionalidade - já conseguiram sair da Faixa de Gaza por esta passagem.
O embaixador da Palestina em Portugal lamenta ainda o bombardeamento ao campo de refugiados de Jabalia.
Abuznaid considera que ninguém vai sair vencedor da guerra enquanto continuarem a morrer civis.
“Não me parece que vá haver um cessar-fogo em breve porque as forças israelitas precisam de uma vitória. Mas como vejo este número grande de pessoas inocentes a morrerem passo a achar que não vai haver vencedores nesta guerra. É triste que Israel vai conseguir uma guerra após esta guerra”, refere.
Em relação ao bombardeamento ao campo de refugiados de Jabalia, o secretário-geral da ONU, António Guterres, mostrou-se chocado com este ataque israelita, que provocou dezenas de mortos.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos afirmou esta quarta-feira, via X, que os bombardeamentos de Israel contra o campo de refugiados palestinianos de Jabaliya, na Faixa de Gaza, "podem constituir crimes de guerra".