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O Presidente da República foi esta quinta-feira à tarde internado no Hospital Curry Cabral, em Lisboa, para ser operado a uma hérnia umbilical, anunciou a Presidência em comunicado.
Marcelo Rebelo de Sousa cancelou a agenda prevista para esta quinta-feira e até dia 1 de Janeiro.
“Esta operação estava há muito prevista para o início de Janeiro, mas os médicos assistentes decidiram antecipá-la, por ter encarcerado” (ou estrangulado, em termos médicos), lê-se num comunicado colocado no “site” da Presidência da República.
"Será ainda hoje [quinta-feira] emitido um boletim clínico", diz a nota.
O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, segunda figura do Estado, e o primeiro-ministro, António Costa, foram previamente informados do que iria acontecer, afirmou à Lusa fonte da presidência.
Pelas 15h56, a agência Lusa informou que a cirurgia ao chefe do Estado já decorria, estando a ser feita pela equipa do médico Eduardo Barroso.
Agenda cancelada
O Presidente da República desconvocou a audiência marcada para as 13h00 com elementos da direcção da Associação Sindical de Juízes Portugueses (ASJP). Um elemento da casa civil da Presidência fez um telefonema para a presidente da ASJP "20 minutos antes das 13h00 a desconvocar a audiência", disse à Lusa fonte da ASJP.
Na agenda desta quinta-feira, Marcelo tinha prevista uma ronda de audiências com representantes dos juízes e dos magistrados do Ministério Público para discutir o pacto de justiça e os estatutos destas duas classes e uma cerimónia de entrega de insígnias a Carlos Ramos, que salvou várias pessoas no acidente ferroviário de Alcafache, em 1985.
A 1 de Janeiro, é tradição o Presidente dirigir ao país uma mensagem de Ano Novo, que este ano deveria ser feita a partir de Vouzela, um dos concelhos afectados pelos incêndios de Outubro, região que ia visitar nesses dias.
A 31 de Dezembro, o Presidente tinha planeado visitar os concelhos de Oliveira do Hospital, distrito de Coimbra, e no dia 1 de Janeiro de 2018 iria a Arganil, também no distrito de Coimbra, Santa Comba Dão e Vouzela, ambos no distrito de Viseu, de onde iria fazer, em directo, a mensagem de Ano Novo.
Marcelo passou o dia de Natal em Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, concelhos afectados pelos incêndios de Junho.
Um tema quente para decidir
O Presidente tem em mãos um dos temas mais polémicos dos últimos dias, a lei de financiamento dos partidos políticos. Na quarta-feira, através do seu site, Marcelo disse que ainda "não se pode pronunciar" sobre as alterações à lei, mas afirmou que o primeiro-ministro e um quinto dos deputados têm o direito de requerer a fiscalização preventiva da constitucionalidade do decreto.
Marcelo lembrou que esta é uma lei orgânica, "ou seja, de um diploma sobre o qual o Presidente da República não se pode pronunciar antes de decorridos oito dias após a sua recepção". O Presidente recebeu a lei na passada sexta-feira, dia 22 de Dezembro.
A líder do CDS, Assunção Cristas, e outras personalidades apelaram ao veto de Marcelo.