O Livre inicia, este sábado, em Coimbra, o seu XII Congresso, que visa eleger os novos órgãos e terá, pela primeira vez, duas listas candidatas à direção. A oposição intern pede mais pluralidade de vozes do partido.
A reunião do órgão máximo do partido decorre no Convento de São Francisco e termina no domingo, com a eleição dos órgãos nacionais para o mandato 2022-2024.
De acordo com o programa divulgado, os trabalhos deverão arrancar pelas 9h30. Estão previstas intervenções de abertura dos dirigentes atuais, seguindo-se a apresentação das moções de estratégia global e das listas candidatas ao Grupo de Contacto (direção), bem como ao Conselho de Jurisdição, e ainda intervenções dos candidatos à Assembleia.
Este será o primeiro congresso do Livre após as eleições legislativas antecipadas de janeiro, nas quais o partido conseguiu voltar a ter representação na Assembleia da República, com a eleição de Rui Tavares como deputado único.
Entre os órgãos que serão eleitos está o Grupo de Contacto, órgão executivo do Livre, que pela primeira vez na história do partido tem duas listas candidatas. É composto por 15 membros, eleitos de acordo com o método de Hondt, sendo por isso certo que contará com membros de ambas as listas que apresentam para votação as suas moções de estratégia global.
A lista A, com uma moção intitulada "O Futuro nas nossas mãos", apresenta-se como a lista de continuidade com maior número de membros da direção anterior. A cabeça de lista é a dirigente Teresa Mota e o número dois é Rui Tavares.
A lista B é encabeçada pela dirigente Patrícia Robalo e, na sua moção "Concretizar o Livre", deixa algumas críticas à atual direção, apelando a uma maior diversidade de vozes do partido no espaço público.
Neste congresso será também eleito o Conselho de Jurisdição, com um total de 11 membros. A Assembleia do partido, órgão máximo entre congressos, e composta por 50 membros.
Vão ser debatidas e votadas mais de 30 moções específicas, com temas variados que vão desde a ecologia, a saúde mental, os direitos LGBTQ+ ou a organização interna do partido.
Um dos textos pede “clareza e contundência” no escrutínio feito pelo partido ao futuro governo de maioria absoluta do PS ou a criação de uma escola de formação política para membros.
A anterior reunião magna do partido realizou-se em dezembro de 2021, no concelho de Oeiras, com a aprovação da versão final do programa eleitoral apresentado nas eleições legislativas antecipadas de janeiro.
No entanto, o último congresso eletivo realizou-se em janeiro de 2020 e ficou marcado pelo clima tenso entre a deputada Joacine Katar Moreira, então filiada, e o partido. Nessa reunião magna, foi adiada a decisão relativa à retirada da confiança política à sua deputada, que se exaltou e acusou os dirigentes de mentiras.