A jogadora espanhola Jenni Hermoso foi eleita a “Mulher do Ano” pela revista GQ após a polémica do “caso Rubiales”.
Em entrevista à revista, a avançada, de 33 anos, lembra que “no futebol, experimentámos em primeira mão a luta pela igualdade”.
“Sempre se disse que queríamos receber o mesmo que os rapazes e isso não era verdade. Dá-me muita raiva quando as pessoas dizem que o futebol feminino não gera tanto dinheiro como o futebol masculino. É óbvio que sabemos isso e nunca pedimos para ser pagas como eles. Só queríamos o básico: ter um salário mínimo, ser respeitadas e ter a oportunidade de fazer algo muito grande”, referiu.
Hermoso lamenta, no entanto, que a seleção masculina de Espanha não tenha sido tão solidária quanto poderia ter sido.
"Compreendo que cada um pensa como pensa e também gostaria de poder concentrar-me apenas no meu desporto, mas quando vemos situações injustas, temos de estar de um lado ou de outro. As pessoas vão odiar-me ou amar-me, mas eu tenho a minha maneira de pensar e não me importo de o dizer abertamente: o seu apoio não sei se teria tornado tudo mais fácil, mas certamente que nos teria ajudado muito", referiu.
Na mesma entrevista, Hermoso volta ao caso Rubiales. “Quero ser recordada como uma pessoa que quis deixar a Espanha no topo, mas, acima de tudo, como alguém que tentou mudar muitas mentalidades. Felizmente ou infelizmente, existe esta história, mas vou aprender a utilizá-la de forma positiva para lutar por aquilo que considero ser bom para a sociedade. O movimento #SeAcabó deve trazer uma nova era”.
O caso do beijo, após a final do Mundial feminino de futebol, levou à demissão de Rubiales, presidente, na altura, da Real Federação Espanhola de Futebol. Também o selecionador acabou por deixar o cargo semanas depois.