Trabalhadores da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) estão concentrados esta quinta-feira na Avenida Defensores de Chaves, em Lisboa, onde está a decorrer o congresso nacional da organização, para exigir aumentos de salários, tendo sido cumprimentados pelo Presidente da República.
Vestidos com uma ‘t-shirt’ branca com a inscrição “Somos luta”, cerca de meia centena de trabalhadores de várias valências do setor social, como creches, lares de idosos, jardins-de-infância, apoio domiciliário, pedem melhores salários e gritam palavras de ordem como “UMP escuta trabalhadores estão em luta”.
Antes de entrar no Congresso Nacional das Misericórdias, que está a decorrer no auditório da Ordem dos Contabilistas Certificados, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, dirigiu-se aos manifestantes e cumprimentou-os sem prestar declarações.
Em declarações à agência Lusa, Catarina Fachadas, trabalhadora de uma Santa Casa da Misericórdia e membro do CESP - Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, adiantou que o protesto é para exigir aumentos salariais.
“Estamos aqui porque os trabalhadores da União das Misericórdias Portuguesas estão sem revisão do seu acordo de empresa para o ano 2023, estamos em junho sem qualquer aumento salarial, isto quer dizer que parte da tabela salarial destes trabalhadores está colada ao salário mínimo, o que não é justo e por isso estamos aqui”, disse Catarina Fachadas.
Por outro lado, acrescentou, “também estamos aqui em nome dos trabalhadores das Misericórdias portuguesas, não trabalhadores da UMP, que também têm publicada uma portaria de extensão que lhes estende o contrato coletivo negociado entre o CESP e a CNIS [Confederação Nacional das Instituições Sociais] e que a UMP tem-se recusado dar indicações às Misericórdias para aplicar”.
Catarina Fachadas explicou que isto se traduz em que os apoios do Estado são os mesmos nas instituições particulares de solidariedade social e nas Misericórdias. No entanto, vincou, “nas Misericórdias as cargas horárias são maiores, os salários são mais baixos” e estão a recusar aos trabalhadores o pagamento das diuturnidades que é devido.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da UMP, Manuel Lemos, disse compreender o protesto dos trabalhadores, mas lembrou que nos últimos três meses assinaram dois contratos coletivos, um com a UGT e outra com a CGTP.
“Nós temos a consciência de que não pagamos como devíamos aos nossos trabalhadores, pagamos mal, o que, aliás é o mal do país e, portanto, percebemos este protesto”, disse Manuel Lemos, defendendo que têm é que estar todos do mesmo lado “a pedir ao Estado uma maior comparticipação” para que se possível pagar mais.