O ministro da Economia, António Costa Silva, não promete que o Estado recupere a totalidade do investimento feito na EFACEC.
A empresa, nacionalizada em 2020, já recebeu 200 milhões do Estado português, dos quais 150 são referentes a um empréstimo. O Governo está a tentar encontrar parceiros para privatizar a empresa.
O ministro disse esta quarta-feira no parlamento que não consegue "dar nenhuma garantia" de reembolso do capital mobilizado, mas promete que irá "fazer tudo para isso acontecer".
"Entre as várias companhias com que estamos a falar, algumas nacionais, outras internacionais, há algumas em que existe uma convergência estratégica exatamente com o modelo de negócio da EFACEC. Eu penso que se isso for conseguido, esta situação menos boa da companhia pode ser ultrapassada."
Já sobre a generalidade do panorama económico do país, António Costa Silva sublinha que Portugal tem resistido à crise, mas que irá entrar num período "muito difícil".
"Apesar da guerra na Ucrânia Europa, da crise energética, do preço das matérias-primas, da alta inflação, há alguma resiliência na indústria e sistema produtivo português", salienta.
Para o ministro, há razões para existir "alguma esperança para o futuro, mas não vamos ter ilusões": "O ano de 2023 vai ser muito difícil. Nós já temos o prognóstico da recessão na Alemanha, que provavelmente se vai confirmar".
Em 2020, a EFACEC, companhia que opera nos setores da energia, engenharia e mobilidade, foi nacionalizada. O Estado português ficaria a deter 71,73% de ações da empresa, percentagem que pertencia a Isabel dos Santos.
Na altura, a decisão foi motivada pelo instabilidade acionista que a EFACEC vivia, na sequência do processo Luanda Leaks, que envolvia a empresária, filha do antigo presidente de Angola, José Eduardo dos Santos.
Desde então, o Estado tem tentado vender a sua participação na companhia. A DST, empresa de engenharia e construção civil, chegou-se à frente no processo de reprivatização da EFACEC, mas o processo viria a cair nas negociações entre o Governo e a Comissão Europeia.
Em setembro deste ano, a companhia encontrava-se em falência técnica, com um prejuízo líquido de 55 milhões de euros nos primeiros seis meses de 2022.