O autarca de Vila Viçosa, Inácio Esperança, mostra-se confiante no processo de candidatura e diz que, a ser aprovada, será uma forma de dar a conhecer ao mundo "uma riqueza única”.
“O primeiro grande objetivo é preservamos este património e deixá-lo às gerações futuras nas melhores condições. O outro é dinamizar economicamente a região e estabelecer um eixo entre o património já classificado em Évora e em Elvas”, refere o autarca à Renascença.
A candidatura tem como título “Vila Viçosa: Sede Ducal” e pretende destacar ainda a coroação de Nossa Senhora da Conceição como Padroeira de Portugal e a vivência em torno da Tapada Real e do Paço Ducal de Vila Viçosa, onde nasceu a 18 de janeiro de 1540 D. Catarina de Bragança, Infanta de Portugal e Rainha de Inglaterra.
“Foi quem ensinou os ingleses a beber chá às cinco, a usar o guardanapo, ou a tomarem um banho semanal. São hábitos da corte brigantina que passaram depois para a corte inglesa e daí para o mundo”, aponta Inácio Esperança.
Além da autarquia, o processo de candidatura junta a Fundação Casa de Bragança, proprietária do Paço Ducal.
O presidente do município sublinha também como herança patrimonial a experiência e o modo de vida da Casa Ducal, em Vila Viçosa, nos anos de 1600 e 1700.
“Dessa casa saiu a última dinastia de Portugal, mas antes disso a corte teve um papel muito importante quer nos Descobrimentos, quer na intervenção na Península Ibérica”, refere.
Outra singularidade estacada pelo autarca, para esta candidatura a Património Mundial, estará nos mármores extraídos das pedreiras locais e que compõem, por exemplo, a fachada do Paço Ducal.
Elementos que marcam a paisagem e que esperam a validação do comité internacional da UNESCO.
Esta semana, foram entregues os dossiês na Comissão Nacional da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em Lisboa, depois de uma anterior tentativa em 2021, que veio a ser reprovada.
Pelo caminho haverá uma análise da comissão portuguesa que, em dezembro deste ano, tomará a decisão final sobre o envio do processo para Paris.
Se forem ultrapassadas todas as fases, a candidatura será apresentada em janeiro de 2025 e votada no ano seguinte.