Eva Salgado é enfermeira há mais 20 anos. Há três que tem o título de especialista em enfermagem comunitária, mas continua sem acesso à carreira.
“Há muitos anos que não abrem concursos para enfermeiro especialista e penso que isso é o que mais desmotiva os futuros enfermeiros a fazerem formação na área da especialidade”, conta a bracarense que, ainda assim, garante “não estar arrependida” de ter optado pela especialização.
A enfermeira diz aguardar, agora, pelo reconhecimento da tutela para colocar em prática a sua formação.
“O que eu não pretendo fazer é exercer a minha área da especialidade sem estar reconhecida e sem ser remunerada”, garante a enfermeira que acredita que esta é uma “forma de pressão” para que o Governo “entenda que isto não é uma despesa, mas uma mais-valia na prevenção da saúde dos portugueses”.
Na mesma situação estão vários colegas de profissão que, apesar da formação, continuam sem acesso à carreira e à respetiva remuneração. “É notório de forma transversal quer nos cuidados primários quer nos cuidados hospitalares”, nota a profissional de enfermagem.
Após vários anos, o Ministério da Saúde abriu, em abril, concursos para perto de 1.400 lugares na categoria de enfermeiro especialista. Um número de vagas que o Sindicato dos Enfermeiros diz ser insuficiente para o universo de profissionais com especialização.