A líder parlamentar do Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) reafirmou "a perda de tempo" protagonizada pelo Presidente da República para a indigitação do líder socialista como primeiro-ministro e mostrou-se crente na mudança de políticas.
Heloísa Apolónia, em declarações aos jornalistas no parlamento, esclareceu ainda que o PEV não foi consultado sobre nomes de possíveis ministros do futuro XXI Governo Constitucional ou a própria orgânica ministerial.
"Lamentamos, contudo, que esta decisão [de indigitação de António Costa] não tenha sido tomada mais cedo. Havia todas as condições para que o Presidente a tivesse tomado mais cedo. Tal como `Os Verdes` denunciaram na altura, foi uma perda de tempo", disse, acrescentando que Portugal "está em condições de retomar uma normalidade no funcionamento das suas instituições".
Por parte de "Os Verdes", tudo será feito para "contribuir para uma mudança de políticas" e colocar "para trás aquele que é já um passado e, no futuro, dar presente e esperança às pessoas".
A deputada ecologista, inquirida sobre a possibilidade de fricção entre parlamento e Presidência da República, nomeadamente pelo facto de Cavaco Silva ter recorrido ao verbo "indicar" em vez de "indigitar" ou "nomear", desejou que as instituições mantivessem o respeito mútuo.
"Essa dificuldade por parte do Presidente pareceu-me manifesta, de ter de deixar de amparar a sua força política de eleição, PSD/CDS, na medida em que a sua vontade contrariava a vontade dos portugueses, de mudança e não de continuidade de políticas", concluiu.
Entretanto, o presidente do PS, Carlos César, afirmou que o primeiro-ministro indigitado, António Costa, está em condições de apresentar o seu elenco governamental e o programa de Governo, esperando que a posse do novo executivo possa ocorrer esta semana.