O orçamento para a Agricultura não é revolucionário – mesmo tendo crescido em 47,6 milhões de euros – mas não esquece as necessidades dos agricultores, independentemente da sua dimensão.
“É claramente um orçamento que nos permite dar passos muito significativos na transição de um modelo que queremos mais justo, mais inclusivo, que promova a competitividade do nosso país, mas que garanta que possamos ter igualdade de oportunidades para o pequeno agricultor, para o grande e para o consumidor final”, afirma Maria do Céu Albuquerque.
Entrevistada pela Renascença antes da apresentação, em sede de comissão parlamentar, do orçamento destinado ao setor (esta terça-feira), a ministra da Agricultura garante que os “510 milhões de euros destinados ao mundo rural” não representam uma "chuva de milhões" sobre os problemas.
O montante, esclarece, “decorre de necessidades efetivas, de projetos que estão a ser desenvolvidos e que vão ter continuidade”, além de representarem “muitos postos de trabalho e a viabilidade de muitas famílias um pouco por todo o país”.
A fatia destinada ao setor prevê ainda 29 milhões de euros para a agricultura biológica. “Queremos muito que a agricultura biológica possa ocupar parte do nosso país, porque este modelo de produção vai permitir também fazer a mitigação das alterações climáticas e criarmos condições para nos adaptarmos a este modelo que se quer”, justifica.
Fazem ainda parte dos objetivos para este ano “melhorar o regadio, usar menos fertilizantes e pesticidas” químicos e incentivar o “comércio de proximidade, de cadeia curta”.
Sobre eventuais cativações que venham a ser feitas, a ministra mostra confiança na equipa governamental e diz que, “se tiverem de acontecer, acontecerão por alguma razão”.
“Trabalharemos todos em conjunto para garantir que levamos o barco a bom porto”, garante por fim.
Na mesma entrevista, a ministra da Agricultura falou sobre os prejuízos causados pelas depressões Elsa e Fabien, que afetaram as regiões Centro e Norte em meados de dezembro do ano passado.
Maria do Céu Albuquerque diz que, só para a região Centro, estão apurados 3,9 milhões de euros, que deverão ser canalizados para “a reposição do potencial produtivo e para a drenagem, desassoreamento e reposição dos solos”.
Para o Norte do país, os prejuízos deverão rondar os “5,5 milhões de euros”.
No total, os danos causados pelas duas depressões rondam os 9,4 milhões de euros, segundo o Ministério da Agricultura. O prazo para a comunicação dos prejuízos terminou na segunda-feira.