No seu primeiro 10 de Junho como Presidente da República, que escolheu celebrar em Paris, Marcelo Rebelo de Sousa foi desafiado pelo capelão da comunidade portuguesa a visitar não só os portugueses de sucesso no estrangeiro, mas também os que estão nas “periferias” e em concreto os que estão presos.
Na altura, questionado pela Renascença, o Presidente disse que teria em conta esse pedido, mas passados dois anos não foi conhecida qualquer visita do chefe de Estado a cidadãos portugueses presos nos países que visitou.
Agora, Marcelo veio registar “com apreço” uma iniciativa do Governo que vai nesse sentido e, precisamente, em Paris, onde há mais de dois anos foi feito esse apelo.
Numa nota publicada no site da Presidência, Marcelo elogia a iniciativa que está a ser levada a cabo pelo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, de visitar os portugueses presos na zona de Paris, bem como o programa de Natal destinado a apoiar os detidos portugueses no estrangeiro.
O Presidente aproveita para mandar um recado também interno, ao reafirmar que “ninguém está condenado para sempre”, pelo que “circunstância alguma pode sacrificar os direitos fundamentais destes cidadãos que estão num processo de reabilitação pessoal e social”. Uma mensagem com leitura nacional num momento de greve de guardas prisionais, que põe em causa
“São cidadãos, Mulheres e Homens, iguais a todos os portugueses em dignidade e cidadania”, escreve Marcelo que termina a sua nota a mandar uma “mensagem de solidariedade espiritual e de esperança a todas as pessoas detidas em estabelecimentos prisionais, em Portugal ou no estrangeiro, e respetivas famílias”.