Hermano Sanches Ruivo, vereador português na câmara de Paris, acredita que não há razões para que os confrontos registados esta sexta-feira no 10º bairro de Paris entre a polícia e manifestantes se alastrem à cidade.
Em declarações à Renascença, o português de Alcains radicado em França mostra-se convencido de que os episódios de violência que se registaram após o ataque à comunidade curda tiveram influência extremista.
“A sociedade francesa está bastante fraturada e, automaticamente, a extrema-esquerda e extrema-direita estão-se a aproveitar do que está a acontecer, o que leva ao escalar de uma situação que é muito limitada a um espaço de Paris”, explica o autarca parisiense que descreve um cenário de aparente normalidade na cidade.
“Diria que 90% do território parisiense está a viver plenamente um dia antes da véspera de Natal. Muitos deles vão descobrir o que está a acontecer quando regressarem a casa”, refere Hermano Sanches Ruivo.
Sobre a manifestação agendada para as 12h00 de sábado pela comunidade curda, Hermano Sanches Silva espera que o momento sirva “de recolhimento e de homenagem às vítimas” e não sirva de pretexto para mais confrontos.
O momento de homenagem “é normal que aconteça”. A questão, lembra o autarca, é “como a iniciativa vai ser organizada e aproveitada para eventuais distúrbios”.
Manifestantes curdos e a polícia entraram, esta sexta-feira, em confrontos no centro de Paris, na sequência de um aparente crime de ódio contra a comunidade curda na capital francesa.
O ataque ocorrido no 10º bairro, perto do centro comunitário curdo, provocou, pelo menos, três mortos e três feridos, um deles em estado grave.