As eleições internas para escolher o novo líder do PSD Madeira têm, desta vez, dois candidatos, os mesmos que se defrontaram há dez anos: Miguel Albuquerque e Manuel António Correia. Se o atual líder do partido tem consigo muitas estruturas do partido, Manuel António Correia, antigo secretário regional do Ambiente, tem o apoio de Alberto João Jardim, senadores e muitos jovens do PSD Madeira — entre eles, Sara Madruga da Costa, que foi deputada à Assembleia da República.
O líder da JSD, que quis manter neutralidade nestas eleições, diz, em declarações à Renascença, que os militantes do partido vão escolher entre duas visões, mas vão também escolher qual o candidato melhor posicionado para as mais que prováveis eleições antecipadas na região. Bruno Melim, que é também deputado na assembleia legislativa da Madeira, refere, no entanto, que uma nova cara pode trazer mais eleitores ao partido.
“Infelizmente, nós estamos a decidir quem poderá ser o candidato a Presidente do Governo, nas eventuais eleições regionais, com dois projetos muito diferentes entre si quando se fala sobre a iniciativa privada, ou a intervenção do Estado, tal como aconteceu há 10 anos. Agora, naturalmente que quem vem de fora, quem esteve afastado, poderá chegar a outro conjunto de pessoas a que, atualmente, o partido já não chega”, refere Bruno Melim à Renascença.
“Uma nova cara poderá fazer chegar ao PSD outras propostas e outros eleitores”, acrescenta o líder da JSD que lembra que Miguel Albuquerque, apesar de ter conseguido bons indicadores económicos nos últimos anos, falhou as maiorias absolutas quer em 2019, quer o ano passado, em setembro.
Miguel Albuquerque marcou as eleições internas para esta quinta-feira, três dias antes da data em que o Presidente da República volta a ter poderes para dissolver a Assembleia Legislativa da Madeira. O atual líder do PSD que é arguido por suspeitas de corrupção, prevaricação e abuso de poder já veio rejeitar qualquer fragilidade do PSD Madeira sob a sua liderança.
Bruno Melim reconhece que a situação do partido é hoje diferente do que era em setembro, nas eleições regionais, e considera que é essa reflexão que os militantes devem fazer quando decidirem o futuro líder do partido.
“Não deixando de ser verdade que, há menos de 6 meses, e depois de uma carreira de 30 anos na política ativa, Miguel Albuquerque conseguiu uma vitória eleitoral, embora sem maioria absoluta, não deixa de ser igualmente verdade que hoje a situação política da Madeira e, naturalmente, a do líder do PSD, será sempre diferente daquela que foi em setembro último. Com isso, naturalmente, o partido terá de refletir se essa é, ou não, a melhor estratégia para enfrentar um próximo embate eleitoral”, diz Bruno Melim.
De um universo superior a 12 mil militantes, apenas cerca de 4 mil estão em condições de votar nesta quinta-feira e escolher o novo líder do PSD Madeira. As eleições decorrem entre as 17h30 e as 20h30 nas sedes concelhias e de freguesia espalhadas pela região.