A maior parte das crianças portugueses entre os 2 e os 10 anos não consome a quantidade mínima de fruta e legumes estabelecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
A percentagem é de 65%, diz a Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil (APCOI) no mais recente estudo, conhecido esta segunda-feira.
Segundo a investigação, são as crianças entre 6 e 7 anos que mais se afastam da recomendação da OMS, que aconselha o consumo de cinco porções de frutas ou legumes (ou o equivalente a 400 gramas) todos os dias.
É nos Açores que a regra da autoridade mundial para a saúde é menos seguida, com 84,7% a ingerirem quantidades de fruta e legumes abaixo dos níveis recomendados.
Segue-se o Algarve (78,2%), a Madeira (69,8%), a região de Lisboa e Vale do Tejo (66,8%), o Norte e o Alentejo (63,4%) e a região Centro (62,5%).
Os investigadores concluíram que 85,8% dos alunos almoça todos os dias no refeitório da escola e que mais de metade desses alunos (54,5%) refere não incluir legumes no prato.
Os dados demonstram também que as crianças obesas são as que menos legumes ingerem, com uma prevalência de 38,3% de consumo inferior às recomendações.
A investigação da APCOI foi realizada junto dos alunos participantes na 6ª edição do projeto “Heróis da Fruta – Lanche Escolar Saudável” no ano letivo 2016-2017. A recolha de dados, através da aplicação de um questionário antes e depois das 12 semanas de intervenção do projeto, foi reportada à APCOI pelos professores e decorreu entre os dias 16 de outubro de 2016 e 20 de janeiro de 2017.
A amostra global deste estudo é composta por 17.698 crianças com idades compreendidas entre os 2 e os 10 anos de 388 estabelecimentos de ensino pertencentes a 139 concelhos dos 18 distritos continentais e das duas regiões autónomas: Açores e Madeira.