Dois mortos e seis feridos é o balanço, provisório, de confrontos verificados nas últimas horas na fronteira entre a Venezuela e o Brasil, entre o exército venezuelano e os indigenas que vivem perto daquela região, segundo a agência de noticias venezuelana Venepress.
A mesma agência diz que neste momento há quatro elementos do exército que estão sob custódia dos indigenas.
Já o jornal "The Washington Post" está a avançar que os militares venezuelanos terão disparado contra civis que tentavam abrir um corredor para a passagem dos camiões com ajuda humanitária.
Um avião com ajuda para os venezuelanos saiu, esta sexta-feira de manhã, de Brasília em direção a Boa Vista. A bordo, segundo o “G1”, 22,8 toneladas de leite em pó e 500 kits de primeiros-socorros.
Os produtos foram depois levados de camião até Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, que o Presidente venezuelano, Nicolas Maduro, decidiu manter fechada esta manhã.
Por norma, a passagem entre a Venezuela e o Brasil é fechada à noite e reabre por volta das 7h00 em Roraima (11h00 em Lisboa) do dia seguinte, mas tal não aconteceu esta manhã.
Em Pacaraima, cidade que fica do lado brasileiro da fronteira, foi possível observar venezuelanos usando uma rota alternativa para entrar a pé no Brasil, segundo relatos de repórteres do G1 que estão no local.
Segundo as mesmas fontes, quem tentou entrar na Venezuela não conseguiu autorização de militares do país vizinho.
Na quinta-feira, Nicolás Maduro ordenou o encerramento das passagens de fronteira da Venezuela com o Brasil, admitindo fazer o mesmo na fronteira com a Colômbia.
Horas depois, o autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, ordenou que se mantenha aberta a fronteira com o Brasil.
O tiroteio aconteceu quando os voluntários chegados com o camião de mantimentos ficaram em frente aos soldados da fronteira. A vítima mortal, segundo o “Washington Post” é uma mulher de 42 anos, chamada Zorayda Rodriguez.