Moscovici: "Não foram discutidas quaisquer medidas adicionais" de austeridade
10-03-2016 - 15:22

Comissário europeu dos assuntos económicos esteve reunido com o ministro das Finanças em Lisboa e diz que a Comissão está empenhada em "construir uma história de sucesso" com Portugal.

O comissário europeu dos Assuntos Económicos garantiu que não "foram discutidas quaisquer medidas adicionais de austeridade" no encontro que teve quinta-feira com o ministro das Finanças, Mário Centeno, em Lisboa. Pierre Moscovici afirmou ainda que Comissão Europeia não vai intervir nos assuntos internos de Portugal enquanto a discussão da proposta do Orçamento do Estado (OE) para 2016 ainda está a decorrer no Parlamento.

Moscovici remete as considerações de Bruxelas sobre o OE para Maio e afirma que, no entretanto, a Comissão vai continuar a trabalhar com Portugal para "construir uma história de sucesso para a economia portuguesa".

"Vamos precisar de avaliar em Maio as políticas que vão ser implementadas para podermos atacar os problemas. Portugal tem feito um longo caminho, mas continua exposto a riscos. Quero sublinhar a importância do trabalho que é preciso fazer nas próximas semanas e a Comissão está disponível para acompanhar as autoridades portuguesas neste trabalho", afirmou o comissário, em conferência de imprensa no Ministério das Finanças.

Lado a lado com Mário Centeno, Moscovici reafirmou a necessidade de continuar a trabalhar as reformas e o Plano de Estabilidade, sublinhando que em Maio será analisado e discutido o procedimento por défice excessivo.

O comissário manifestou ainda a sua satisfação com o trabalho desenvolvido até agora com o Governo português, afirmando estar ciente dos "sacrifícios" feitos desde o pedido da ajuda externa. "Hoje a economia portuguesa está a registar crescimento, o emprego está a crescer, mas há situações difíceis, e sei que o Governo quer atacar este problema promovendo reformas", afirmou.

Questionado sobre as polémicas declarações em que afirmou que o Governo português está a preparar medidas orçamentais adicionais para "quando" forem necessárias, e não "se" forem necessárias, o comissário reiterou que "não é um homem de 'ses'".