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Carlos Queiroz, treinador do Irão, acredita que os jogadores ainda não conseguiram estar completamente focados em disputar o Campeonato do Mundo. A seleção iraniana tem estada envolta em polémica com a tensão política vivida no seu país.
O Irão perdeu por 6-2 frente à Inglaterra. Os jogadores da seleção iraniana optaram por não cantar o hino nacional do seu país, antes do apito inicial do jogo de estreia no Mundial 2022, frente à Inglaterra, em possível demonstração de apoio aos protestos no Irão pelos direitos das mulheres e contra a República Islâmica.
"Temos de conseguir estar no jogo. Com todos os problemas com que os jogadores estão a lidar, é muito difícil haver concentração. Tenho a certeza de que vamos voltar mais fortes e mais envolvidos no futebol, que é o que conta. Viemos cá para jogar, mas não é o que temos estado a fazer. Para ser claro, não precisamos de adeptos que só apoiam a equipa quando vence, podem ficar em casa", disse.
O Irão tem sido palco de uma vaga de protestos em massa há mais de dois meses, catalisada pela morte, a 16 de setembro, de Mahsa Amini, iraniana curda de 22 anos, detida três dias antes pela "polícia da moral" por violar o rigoroso código de vestuário da República Islâmica.
Estados Unidos e País de Gales são os próximos adversários do Irão. Queiroz tenta relativizar a pesada goleada com a Inglaterra.
"Não foi uma derrota, foi uma boa sessão de treino para nós. Estamos a aprender para estarmos bem preparados para os próximos jogos", disse.
Manifestações de jogadores e alegadas pressões
Taremi, do FC Porto, é um dos jogadores iranianos que já se manifestaram publicamente sobre a atual situação no país, com críticas ao "mau comportamento e violência contra mulheres".
"Em que língua temos de levantar os nossos problemas e preocupações para sermos ouvidos? Os oficiais têm o dever de oferecer bem-estar e conforto ao honorável povo do Irão. Violência e uso de força contra pessoas não resolve qualquer problema e, sob qualquer forma, não é aceitável", escreveu o avançado no Instagram, a 28 de setembro.
Outros jogadores da seleção do Irão já se falaram sobre a situação, como Sardar Azmoun, Vahid Amiri e Karim Ansarifard.