Jair Bolsonaro regressou nesta quinta-feira ao Brasil, depois de cerca de três meses na Flórida, EUA, para onde foi depois das eleições que perdeu para Lula da Silva.
Segundo a agência Reuters, o ex-Presidente partiu de madrugada, de Orlando, e aterrou no aeroporto Internacional de Brasília às 6h36 locais (10h36 em Lisboa).
Jair Bolsonaro voou acompanhado de três assessores que tinham integrado a sua equipa presidencial e, à chegada, no interior do aeroporto, tinha à sua espera cerca de duas centenas de apoiantes.
Contudo, devido às medidas de segurança e limitações no trânsito em redor do aeroporto, Bolsonaro não pôde contactar diretamente com eles. Passou pelos procedimentos normais de quem chega num voo internacional, mas teve de deixar a zona reservada do aeroporto de carro, integrado numa comitiva de duas viaturas da polícia.
A intenção de Bolsonaro era discursar aos apoiantes e desfilar pela cidade em carro aberto, mas o esquema montado pela Polícia obrigou o ex-Presidente a mudar os seus planos.
Por isso, Bolsonaro dirigiu-se para a sede do Partido Liberal, onde se reúne com dirigentes.
Antes da partida, o ex-Presidente disse à CNN que não regressa para liderar "nenhuma oposição", pois considera o executivo de Lula da Silva "uma oposição por si só".
Todavia, assegurou que participará no seu partido "como uma pessoa experiente" e que vai colaborar "como eles desejarem", negando qualquer possibilidade de vir a colaborar com a atual administração de Lula da Silva.
Anteriormente, Bolsonaro já tinha dito que regressava ao país para "fazer política".
"Está pré-marcado, para dia 30, pousar em Brasília às 7 horas da manhã. Está quase certo. Voltar com atividade normal. Vou trabalhar com o Partido Liberal. Vamos andar pelo Brasil e fazer política. Afinal de contas, o PL é um grande partido. Nós temos como manter de pé essa bandeira do conservadorismo que levantamos ao longo de quatro anos", afirmou, antes deste regresso ao Brasil.
"Muito bom estar de volta"
Entretanto, no Twitter, Jair Bolsonaro agradeceu aos apoiantes o "carinho que tem recebido".
"É muito bom estar de volta ao Brasil", escreveu o ex-Presidente, que foi saudado pelos apoiantes, alguns dos quais, no Twitter, o tratam ainda por "Presidente".
O regresso de Jair Bolsonaro ao Brasil acontece numa altura em que, na Polícia Federal, decorre um inquérito relativo à alegada entrada irregular no país de várias joias que a Arábia Saudita deu, em 2021, ao então governante e à mulher, Michelle Bolsonaro, "avaliadas em três milhões de euros".
Por outro lado, o antigo chefe de Estado terá de enfrentar várias investigações abertas contra si, na sequência da invasão do Palácio do Planalto.
Bolsonaro é investigado por, alegadamente, incentivar os seus apoiantes mais radicais a tentarem efetuar um golpe de Estado contra o Presidente eleito, Lula da Silva, a 8 de janeiro, quando invadiram e destruíram as sedes do Congresso, do Supremo Tribunal Federal e da Presidência da República, em Brasília.
O ex-Presidente poderá, entretanto, vir a Portugal para um encontro que o Chega está a planear com os partidos de extrema-direita e que decorrerá na primeira quinzena de maio.
[notícia atualizada às 15h40, com declarações de Jair Bolsonaro no Twitter]