O alerta é da organização não-governamental Save The Children, citada pelo jornal Público: a aldeia moçambicana do Búzi, na província de Sofala, está a somente 24 horas de ficar totalmente submersa.
Nesta aldeia vivem, de acordo com a Save The Children, pelo menos 2.500 crianças e a população aguarda por resgate no topo dos telhados dos edifícios.
Esta terça-feira, e depois da violenta passagem do ciclone Idai pelo país, cerca de 50 quilómetros do Búzi já se encontravam submersos. Nas próximas horas, em resultado do deslizamento das margens do rio Búzi, o nível da água continuará a subir.
As Nações Unidas alertaram esta terça-feira, através do seu Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla inglesa), que as próximas 72 horas serão "críticas" para Moçambique, com cheias esperadas nas bacias dos rios Búzi e Pungoe.
A ONU aponta também o elevado risco de inundações em zonas urbanas da Beira e do Dondo, no centro de Moçambique, depois da passagem do ciclone, que só no país já provocou, pelo menos, 84 vítimas mortais.
A região central de Moçambique foi afetada, a partir de quinta-feira, pelo ciclone Idai que, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros por hora, provocou igualmente dezenas de desaparecidos.
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, acredita que o número de mortos no país pode ultrapassar os mil.
A passagem do ciclone Idai em Moçambique, Malawi e Zimbabué provocou pelo menos 222 mortos, segundo balanços provisórios divulgados pelos respetivos governos na segunda-feira.
Mais de 1,5 milhões de pessoas foram afetadas pela tempestade naqueles três países africanos.