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Eduardo Marçal Grilo diz que, face à pandemia de Covid-19 e ao seu impacto no ensino, não ficaria chocado se o ano letivo em curso terminasse agora, quer no público quer no privado.
"Não me chocaria que houvesse uma decisão, que teria de ser entendida como uma decisão absolutamente excecional, no sentido em que o ano terminaria, para todos, privado e público, para depois não termos questões de heterogeneidade e de alguma injustiça", disse o antigo ministro da Educação em entrevista à Renascença esta quarta-feira.
Marçal Grilo fala numa "espécie de ano neutro" que terminaria agora para os alunos do básico e secundário, que acabariam por transitar para o próximo ano letivo "sem notas".
"Os
miúdos não podem ser impedidos de mudar de ano, porque se não se muda de ano o
que acontece é que, no primeiro ano, todos os miúdos passam, por isso se pára o
sistema os do primeiro ano vão encher o segundo, porque os
do segundo não passam. Podem transitar sem notas."
Para Marçal Grilo, "tem de se encontrar uma solução com os próprios agrupamentos escolares e com os colégios privados, uma solução consensual" neste ponto, sobretudo atentendo à situação dos alunos do 12.º ano, que no final deste ano letivo teriam exames de acesso ao Ensino Superior.
"Podem fazer-se provas através dos meios tecnológicos, mas tem de se ser muito cauteloso aí. Julgo que o Ministério, com os agrupamentos de escolas e com os pais, deve encontrar a solução mais equitativa possível para que não se estabeleça um critério qualquer que possa distorcer o algoritmo que coloca os estudantes no Ensino Superior", refere o antigo ministro da Educação. "Isso é uma matéria de grande sensibilidade para o futuro dos nossos estudantes."
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