Ascenso Simões, antigo governante e ex-dirigente do PS, admite que o Partido Socialista "não pode mesmo aprovar o Orçamento" este ano.
Numa mensagem partilhada no Facebook, o ex-deputado apontou críticas às 60 medidos do programa ‘Acelerar a Economia’, apresentado pelo Governo esta quinta-feira.
"Foram aprovadas hoje medidas para a economia que já falharam noutros países. Teimam os neoliberais em usar receitas que não provam", escreveu Ascenso Simões.
O antigo governante recorda que a medida de redução do IRC, que visa atingir os 15% até ao final da legislatura, "destinada às grandes multinacionais e que agora é proposta, foi mantra do governo conservador inglês".
"Quem aproveitou foram os bancos, não houve mais investimento nem criação de emprego, a receita reduziu muito e quem compensou foi a classe média", diz.
Ascenso Simões, que já foi secretário de Estado da Administração Interna de António Costa, avisa que estas medidas, do Governo de Luís Montenegro, "nunca deram qualquer resultado onde foi posto em prática, em nenhum país que não seja paraíso fiscal ou tenha níveis reduzidos de Estado Social".
"Pedem ao PS responsabilidade, mas ela não existe da parte do Governo", remata o antigo deputado.
Já na última noite, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, admitiu deixar passar o Orçamento do Estado para 2025, se o partido não for ignorado pelo Governo.
“Não podemos é ser ignorados e depois estar-se à espera que o PS levante o braço [e viabilizar o Orçamento]. Isso não existe, não vai acontecer nunca”, avisou, numa entrevista à RTP3.
Também em entrevista ao programa Hora da Verdade, da Renascença e ao jornal Público, o antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e adjunto de António Costa, António Mendonça Mendes, partilhou a mesma opinião do líder socialista.
"Se o Governo pretende aprovar o OE2025, tem que se esforçar por o negociar", disse.