O Presidente dos Estados Unidos diz que contrair Covid-19 foi uma “bênção de Deus” e garante que isso ajudará a “curar” outros norte-americanos, apesar de o próprio ainda não ter superado a doença.
Embora os seus médicos afirmem que o Presidente não estará fora de perigo antes de segunda-feira, Trump explicou, num vídeo publicado no Twitter, que desta forma pôde comprovar em si mesmo o efeito do cocktail experimental de anticorpos sintéticos da farmacêutica Regeneron, que foi aplicado a menos de 10 pessoas fora dos ensaios clínicos.
“Para mim não foi algo terapêutico, fez com que me sentisse melhor. Chamo a isso uma cura. E quero que toda a gente tenha o mesmo tratamento que o seu Presidente”, afirmou.
Nesse sentido, Trump explicou que o seu governo planeia aprovar com caráter de urgência o mix da Regeneron que lhe foi administrado e garantiu que o mesmo será distribuído gratuitamente.
“Não me estava a sentir muito bem e passado muito pouco tempo deram-me Regeneron e outras coisas, mas diz que este foi o principal: foi incrível e senti-me logo bem. Estamos a tentar ter esses medicamentos como emergência - já dei autorização - e se estiverem no hospital e se sentirem mesmo mal, acho que vamos conseguir que sejam distribuídos gratuitamente”, afirmou.
A declaração foi feita um dia depois de a Agência do Medicamento dos Estados Unidos (FDA) estabelecer critérios de aprovação de uma futura vacina contra a Covid-19, que tornam improvável a sua autorização antes das eleições presidenciais em 3 de novembro.
O vídeo foi gravado fora da ala oeste da Casa Branca, onde o Presidente esteve a trabalhar na Sala Oval, apenas seis dias depois de ter testado positivo à Covid-19.
O comportamento do Presidente, desde que abandonou o hospital, na segunda-feira à noite, tem sido alvo de críticas e escrutinado com particular atenção no momento em que o número de trabalhadores da Casa Branca que testaram positivo para o novo coronavírus não pára de aumentar.
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (210.918) e também com mais casos de infeção confirmados (mais de 7,5 milhões).
A pandemia de Covid-19 já provocou mais de um milhão e cinquenta e um mil mortos e mais de 35,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.