Braga-Benfica. “Arbitragem está a ultrapassar o admissível, já não há vergonha”
10-02-2023 - 12:47
 • Renascença

António Figueiredo, antigo vice-presidente do clube, deixa críticas a uma APAF que “dá vontade de rir” e elogios a Rui Costa, que “soube encarnar o que os benfiquistas pensam”.

António Figueiredo, antigo vice-presidente do Benfica, diz a Bola Branca que o clube “fez tudo para ganhar o jogo” em Braga, dos quartos de final da Taça de Portugal, mas “não lhe foi permitido”.

“Agora no campeonato vamos como continua. Se há um pingo de vergonha e alguém mete mão nisto, porque se continuar assim nem 15 pontos chegavam, porque está tudo armadilhado. Parece que está tudo feito, as vitórias não são conseguidas pelo jogo, são conseguidas através de habilidades de pessoas que deviam ver o jogo de forma imparcial”, afirma Fiqueiredo.

O videoárbitro Bola Branca, Paulo Pereira, deu nota 3 à arbitragem de Tiago Martins. O especialista da Renascença em arbitragem considera que o árbitro “não esteve muito certo na questão disciplinar”, mas que as duas expulsões de jogadores do Benfica são “justas”. Foi uma “arbitragem de altos e baixos”.

Expulsão de Bah e Morato são justas, lance de Racic fica "no limite do amarelo" e queda de Gonçalo Guedes na área é um “contacto natural” e, por isso, não é grande penalidade.

Para António Figueiredo, “o Benfica jogou contra duas equipas: contra o Braga e contra a equipa de arbitragem”.

“Ontem passaram-se coisas fantásticas, como é possível mudar de critérios de jogo para jogo, sempre em prejuízo do Benfica? Os critérios da arbitragem estão a ultrapassar tudo o que é admissível, porque já não há vergonha”, avança o ex-dirigente encarnado.

Após o encontro que ditou a eliminação na Taça de Portugal, Rui Costa deixou fortes críticas à arbitragem e à dualidade de critérios de árbitro e VAR.

“Achei que o Rui Costa fez muito bem e esteve muitíssimo bem. Não foi indelicado para ninguém, mas teve de expressar aquilo que vai na alma dos benfiquistas. Como presidente, soube encarnar o que os benfiquistas pensam”, elogia Figueiredo, em declarações à Renascença.

A Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) apresentou, entretanto, queixa ao Conselho de Disciplina contra o presidente do Benfica, pelas palavras após o jogo.

Nas palavras de António Figueiredo: “A APAF dá-me vontade de rir. É uma organização de classe e não gostam de ouvir as verdades. O que queriam era que isto se agravasse e viver numa ditadura, porque ninguém pode falar”.

O antigo vice-presidente das águias deixa ainda críticas ao presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, José Fontelas Gomes.

“Eu costumo ser comedido com os árbitros e defendo muito os árbitros, os erros lá fora também existem, mas há coisas que são um exagero. O senhor que está na comissão de arbitragem [Fontelas Gomes] já devia ter percebido que não faz bem ao futebol português”, atira.

Depois da eliminação na Taça de Portugal, o Benfica tem pela frente a primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, com o Club Brugge.

“Há que partir em frente, até porque as arbitragens nas provas internacionais são diferentes”, conclui António Figueiredo.

O Sporting de Braga segue em frente na Taça de Portugal depois de eliminar o Benfica nas grandes penalidades e de um empate 1-1 no tempo regulamentar.