A histórica cimeira que juntou esta sexta-feira os líderes da Coreia do Norte e da Coreia do Sul, levando a um acordo para pôr fim oficialmente à Guerra da Coreia e para a total desnuclearização da península, permite aos cristãos detidos no Norte, diz a fundação Ajuda à Igreja que Sofre.
O encontro entre Kim Jong Un e Moon Jae-in antecede um outro entre o líder norte-coreano e Donald Trump, dos Estados Unidos, em junho deste ano.
Segundo uma notícia publicada e divulgada pela AIS, “acentuam-se os rumores de que os cristãos estrangeiros detidos na Coreia do Norte poderão vir a ser libertados como sinal de boa vontade” antes do encontro entre Kim e Trump.
A fundação recorda que Mike Pompeo, o novo secretário de Estado da administração Trump, mas que na altura era ainda diretor da CIA, encontrou-se com Kim Jong Un no fim-de-semana da Páscoa e terá recebido garantias da libertação de três norte-americanos que se encontram detidos em campos de trabalho na Coreia do Norte. Os três homens, de nacionalidade americana mas de ascendência coreana, são cristãos e trabalhavam com organizações que faziam trabalho humanitário na Coreia do Norte. Um deles, Kim Dong-chul é missionário.
Segundo a AIS sabe-se de pelo menos outros quatro cristãos detidos na Coreia do Norte, todos cidadãos sul-coreanos e missionários. Contudo, ninguém sabe ao certo quantos cristãos não estarão nos campos de trabalho daquele país, onde o Cristianismo é absolutamente proscrito.
Relatos de sobreviventes do regime da Coreia do Norte que conseguiram escapar para o Sul ou para países ocidentais ilustram o grau de perseguição a que são sujeitos todos os que são suspeitos de praticar ou difundir o cristianismo. Ter posse de uma Bíblia é, em si, razão para condenação à morte.
Até à guerra coreana, que acabou com a divisão da península entre Norte e Sul, a cidade de Pyongyang era conhecida como a “Jerusalém do Oriente” devido ao elevado número de cristãos que lá vivam e da intensa atividade missionária que se desenvolvia a partir de lá.