UE chega a consenso para maior acordo comercial do mundo com Mercosul
06-12-2024 - 13:30
 • Lusa

O acordo com o bloco da América do Sul começou a ser negociado em 1999 e ganhou novo fôlego em 2016. Ursula von der Leyen descreveu o acordo como "um marco verdadeiramente histórico".

A presidente da Comissão Europeia anunciou esta sexta-feira que a União Europeia (UE) e os países do Mercado Comum do Sul (Mercosul) chegaram a acordo político para aquele que será o maior acordo comercial do mundo.

"Hoje assinala-se um marco verdadeiramente histórico e permitam-me que comece por agradecer aos negociadores principais a sua dedicação e o seu empenho [pois] trabalharam incansavelmente durante muitos e muitos anos para conseguir uma unidade ambiciosa e equilibrada", declarou Ursula von der Leyen.

Falando à imprensa a partir de Montevidéu, no Uruguai, onde se deslocou para uma reunião de líderes da UE e do Mercosul a propósito das negociações sobre esta parceria de comércio e investimento que servirá um mercado de 700 milhões de consumidores, a líder do executivo comunitário vincou que "este acordo não é apenas uma oportunidade económica, é uma necessidade política".

Também intervindo na ocasião, o Presidente uruguaio, Luis Pou, em representação de todos os países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai), salientou "a relevância do dia de hoje".

Na ocasião, estava também o Presidente brasileiro, Lula da Silva, de quem Ursula von der Leyen disse esperar "esforços para proteger a Amazónia".

A UE e Mercosul têm mantido contacto regular, o que permitiu esta sexta-feira concluir as negociações políticas, nomeadamente em questões como os compromissos ambientais, após um primeiro aval em 2019 que não teve seguimento.

O acordo UE-Mercosul abrange os 27 Estados-membros da UE mais Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, o equivalente a 25% da economia global e 780 milhões de pessoas, quase 10% da população mundial.

As negociações começaram em 1999, e foram retomadas em 2016 após pararem devido à oposição de produtores de carne e agricultores europeus, e prioridades diferentes entre os líderes europeus e sul-americanos.