O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, defendeu esta quarta-feira que a situação da greve dos estivadores do Porto de Lisboa tem que se resolver "com diálogo e com trabalho".
"É uma situação que tem que se resolver com diálogo, com trabalho e isso é o que se está a fazer", disse o ministro da Economia aos deputados no âmbito da sua audição ao abrigo do Regimento da Assembleia da República na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, onde está a ser ouvido.
Caldeira Cabral afirmou que o Governo está envolvido e a tentar encontrar uma solução.
"A questão do Porto de Lisboa obviamente que é uma questão que me preocupa, as greves no porto de Lisboa já duram há quatro anos, houve períodos de greve bem mais prolongados do que o actual e a situação não se resolveu", afirmou.
O ministro da Economia frisou que "não há soluções fáceis" e questionou: "E se as há e são tão fáceis e tão directas, então porque não se resolveram nos últimos quatro anos".
Os operadores do Porto de Lisboa anunciaram na segunda-feira que vão avançar com um despedimento colectivo por redução da actividade, depois de uma proposta de acordo de paz social que foi recusada. As versões do sindicato, dos operadores e Governo não coincidem, sobretudo na questão da Porlis (empresa de trabalho portuário cuja extinção era uma das reivindicações dos sindicatos).
A ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, diz que os operadores propuseram suspender os trabalhos da Porlis, mas o documento previa apenas que os operadores se comprometessem a "encontrar uma solução relativamente" ao futuro da empresa de trabalho portuário.
Na terça-feira, o presidente do Sindicato dos Estivadores, António Mariano classificou de "terrorismo psicológico" e "atentado ao Estado de direito" o anúncio de um despedimento colectivo e a presença da PSP no Porto de Lisboa, para acompanhar retirada de contentores retidos.
Contudo, António Mariano disse que os trabalhadores estão dispostos a chegar a um entendimento, caso a empresa criada paralelamente for encerrada e se forem resolvidas duas situações do contrato colectivo de trabalho.
A última fase de sucessivos períodos de greve, que se iniciou há três anos e meio, arrancou a 20 de Abril com os estivadores do Porto de Lisboa em greve a todo o trabalho suplementar em qualquer navio ou terminal, isto é, recusam trabalhar além do turno, aos fins de semana e dias feriados.