A saga de Kanye West continua. Desta vez o rapper norte-americano foi expulso da sede da marca desportiva Skechers, na Califórnia.
A situação insólita aconteceu apenas um dia depois da Adidas ter colocado um ponto final na parceria com o artista, devido a comentários anti-semitas.
Kanye West, que mudou o nome para Ye, apareceu com os seus assessores na sede da Skechers em Los Angeles, na quarta-feira, “sem ser convidado”, refere a empresa, em comunicado.
“Tendo em conta que Ye estava envolvido em filmagens não autorizadas, dois executivos da Skechers escoltaram-no a ele e à sua equipa para fora do edifício, após uma breve conversa”, adianta a marca de sapatos desportivos.
A empresa esclarece que não tem qualquer intenção de “trabalhar com West” e condena as suas recentes “declarações discriminatórias” ou qualquer forma de “discurso de ódio”.
Esta semana, a gigante do desporto Adidas terminou a parceria com Kanye West. A decisão vem no seguimento da "postura antissemita" que o rapper norte-americano tem adotado publicamente.
Em comunicado publicado na sua página oficial de Internet, a multinacional alemã salienta que "não tolera antissemitismo e quaisquer outras formas de discurso de ódio".
Desde o início de outubro, e especialmente nas redes sociais, Kanye tem adotado um discurso de ódio antissemita, o que levou plataformas como Facebook, Instagram e Twitter a censurar publicações e a banir (temporariamente) as contas do artista.
Nas várias redes sociais, o rapper insinuava constantemente a existência de uma "agenda judaica". "Tentaram brincar comigo e estão a tentar censurar qualquer um que se oponha à vossa agenda", cehgou a publicar, no Twitter.
Ao longo do mês de outubro, Kanye também protagonizou outros momentos considerados polémicos fora da esfera digital. Na Semana de Moda de Paris, o artista havia aparecido com um vestuário provocador, ostentando uma t-shirt com a frase "White Lives Matter" ("Vidas Brancas Importam", em português).
Já num programa de entrevistas do YouTube, o rapper chegou a contrariar as acusações de racismo e violência policial nos Estados Unidos. Ao longo da conversa, não só voltou às conspirações antissemitas, como falou sobre a morte de George Floyd às mãos da polícia de Minneapolis, que acredita ter sido causada por uma overdose de Fentanil.
Ye também declarou no passado que a escravatura foi uma "escolha" e saiu em defesa do "homem branco heterossexual" que, na sua opinião", está a ser vítima da sociedade moderna.
Entretanto, face às suspensões nas tradicionais redes sociais, Kanye West também já revelou estar em negociações para a aquisição da Parler, conhecida plataforma online que alberga ideologias de extrema-direita, ultranacionalistas e ultraconservadoras.