O presidente do PSD acusou este sábado o Governo de fazer política "de forma matreira e dissimulada", dizendo não acreditar na palavra agora dada de que se concretizarão as três interconexões elétricas europeias previstas desde 2014.
Numa intervenção na I Cimeira Ibérica da Juventude -- organizada pela Juventude Social Democrata (JSD) e pelas "Nuevas Generaciones" (NNGG), a organização jovem do Partido Popular espanhol --, Luís Montenegro apontou como particularidade do Governo português "nunca dizer a verdade toda" e ficar pelas "meias verdades".
Numa intervenção de cerca de 45 minutos, o presidente do PSD começou por apontar o caso das pensões, em que disse ter sido preciso "arrancar a ferros" toda a verdade ao Governo, e, mais recentemente, o princípio de acordo alcançado entre os executivos de Portugal, Espanha e França em matéria de interconexões de energia.
"O PSD em Portugal e o PP espanhol denunciaram com veemência a meia-verdade. Passou um dia, dois dias e agora anda tudo num grande rebuliço, os Governos de Espanha, de Portugal com o governo francês, andam todos a dizer que "atenção as interconexões elétricas pelos Pirenéus são para fazer". Se era tão verdade, porque é que não disseram no dia?", questionou, depois de o PSD ter acusado o Governo de ter deixado cair duas das três ligações de energia previstas no anterior acordo.
"Quem é que acredita nesta palavra que agora é dada solenemente por estes três Governos? Eu não acredito", acrescentou Montenegro.
O líder do PSD reiterou as críticas que fez na sexta-feira ao Governo de ter "sonegado e ocultado" informações sobre o processo falhado de privatização da Efacec, depois de ter sido diretamente questionado sobre o tema no parlamento.
"Esta forma dissimulada e matreira de fazer política não enobrece a política, não enobrece o Governo, não dá confiança aos cidadãos e significa brincar com dinheiro que é de todos", acusou.