Em 2022, registou-se uma subida generalizada dos preços. Em outubro, a inflação atingiu um pico de 10,1%, mas em novembro e dezembro baixou até aos 9,6%. Contudo, o impacto deste abrandamento não foi sentido de forma igual por todos, havendo uma diferença entre os mais ricos, e os que a sentiram menos, os mais pobres, revela o Banco de Portugal esta sexta-feira.
Enquanto as famílias do quintil superior, com os rendimentos mais altos, conseguiram atingir uma inflação de 9% no final do ano, as famílias do primeiro quintil, com menos rendimentos, mantiveram-se nos 10,4%, um valor superior à inflação média registada no ano passado em Portugal.
Isto acontece porque o peso relativo das despesas associadas aos bens alimentares, à energia e à habitação correspondem aos encargos mais significativos para as famílias mais pobres. Os preços dos bens alimentares e dos produtos energéticos foram os que mais subiram durante o último ano, atingindo máximos não registados desde os anos 1990.
Esta situação espelha-se também por faixas etárias: são os jovens até aos 34 anos que maiores gastos têm com os bens e serviços cujos preços mais aumentaram em 2022.
Enquanto uma pessoa com mais de 65 anos aloca, em média, 14,2% do seu rendimento a produtos alimentares e bebidas não alcoólicas, essa percentagem sobe para 21,7% entre a camada mais jovem da população.