O Santo Padre celebrou, na tarde desta quinta-feira, a missa da Ceia do Senhor e o rito do lava-pés na prisão juvenil de Casal del Marmo, na periferia de Roma. Apesar das dificuldades em caminhar, o Papa lavou os pés a 12 jovens reclusos.
“Jesus nunca se assusta com as nossas fraquezas”, disse na homilia, convidando os cerca de 50 jovens ali presentes a imitarem o gesto de Jesus ajudando-se uns aos outros.
“Vemos na sociedade muita gente que se aproveita dos outros e vemos tantas injustiças, pessoas sem trabalho, ou que trabalham e só recebem metade, gente que não tem dinheiro para comprar medicamentos, muitas famílias destruídas… muita coisa feia, não é? Mas cada um de nós pode escorregar, cada um de nós!”, recordou Francisco. No entanto, o Papa deixou palavras de alento e esperança: “esta consciência, de que cada um pode escorregar, é o que nos traz dignidade. Jesus quer-nos assim, por isso, quis lavar os pés e dizer Vim para vos salvar e para vos servir”.
Olhando para os jovens ali presentes, acrescentou: “É belo ajudar o outros. Agora, vou fazer o mesmo, como recordação do que Jesus nos ensinou: ajudar-nos uns aos outros. Deste modo, a vida é mais bela e, assim, podemos seguir em frente”.
Depois da homilia, Francisco, apoiado numa bengala, dirigiu-se a um estrado mais elevado, onde 12 jovens, incluindo algumas raparigas, aguardavam o Papa que, simbolicamente, deitou água no pé de cada um, beijando-o depois de o enxugar com uma toalha. Alguns dos jovens aproveitaram para lhe beijar o anel.
A diretora do cárcere, Maria Teresa Iuliano, agradeceu comovida a presença do Papa, “tão próxima e paternal, que nos desarma com a sua doçura e nos leva sempre ao essencial”.
No final, ao saudar alguns detidos, Papa Francisco recebeu de presente uma cruz de madeira, feitas pelos alunos do curso de carpintaria, alguns biscoitos e um pacote de massa fabricados no interior do cárcere. Aos jovens detidos, à diretora e aos funcionários, o Papa ofereceu alguns terços e ovos de chocolate.