há mais óbitos em excesso do que no ano anteriorO secretário-geral do PSD, Luís Montenegro, quer saber “porque está a morrer tanta gente em Portugal”, numa altura em que o país regista excesso de mortalidade.
“Neste momento, Portugal vive um período, talvez o pior de que temos memória, do ponto de vista da capacidade de resposta do SNS. Sem demagogias e irresponsabilidade, o país precisa de perceber porque é que está a morrer tanta gente em Portugal. O país precisa de perceber qual é a causa de uma taxa de mortalidade que só encontra paralelo no período mais grave da pandemia”, declarou o líder social-democrata.
Em declarações aos jornalistas no final de uma reunião na Ordem dos Enfermeiros, Luís Montenegro afirma que “alguma coisa está a acontecer de falhanço na prestação de cuidados de saúde para termos esta triste realidade”.
“Tem isto a ver com a capacidade de o sistema oferecer resposta às necessidades dos utentes? Com a debilidade que o SNS hoje apresenta apesar do reforço de meios financeiros que aconteceu nos últimos anos? Precisamos de saber porque não nos podemos conformar, como se fosse uma fatalidade, não podemos banalizar tantas mortes em Portugal”, sublinha.
Luís Montenegro considera que Portugal tem “problemas estruturais de falta de organização, de falta de capacidade de gestão e temos depois também problemas circunstanciais com o pico da gripe, com o número de episódios que hoje temos nas urgências”.
“Tudo isso tem de ser observado e tem de ter capacidade de resposta por parte dos poderes públicos. O atual Governo demonstrou não ter essa capacidade”, acusou.
O ano de 2024 tem pouco mais de duas semanas, e já tem dois recordes negativos. O número de dias em que morreram mais pessoas do que seria esperado - o chamado excesso de mortalidade - é maior do que em todo o ano de 2013 e, quando se olha para o número de mortos, também há mais óbitos em excesso do que no ano anterior (1.858 contra 1.400). Além disso, até à data, em todos os dias de 2024 houve excesso de mortalidade.
O líder do PSD também foi questionado sobre ausência do antigo líder do PSD Pedro Passos Coelho da convenção da Aliança Democrática AD, marcada para domingo.
Luís Montenegro contornou a pergunta e disse que "essa não é a preocupação dos portugueses" e que o líder do PSD está "preocupado com a saúde dos portugueses e as questões fundamentais suscitadas pela incapacidade dos serviços públicos".
"Estamos a pouco menos de dois meses das eleições, teremos muitas oportunidades de termos jornadas de interação com os portugueses. A de domingo é uma delas e apresentaremos os protagonistas em cada um dessas jornadas", disse o secretário-geral do PSD.