Os professores entram esta quinta-feira no terceiro de quatro dias de uma greve cuja adesão, segundo os sindicatos, tem estado em crescendo, chegando agora à região centro do país.
De acordo com dados avançados pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof), o segundo dia registou uma adesão de 70% à paralisação convocada por dez estruturas sindicais representativas dos professores em protesto contra o decurso das negociações com o Governo. No primeiro dia, a adesão terá ficado entre os 60% e 70%.
O protesto tem como principal motivação a falta de consenso sobre a contagem de todo o tempo de serviço, no processo de descongelamento das carreiras da Função Pública.
A tutela admite descongelar dois anos e dez meses de tempo de serviço aos docentes, mas estes não desistem de ver contabilizados os nove anos e quatro meses, embora admitam um processo faseado.
Na terça-feira, em comentário à paralisação dos docentes, o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, disse que a proposta apresentada na segunda-feira aos sindicatos dos professores é a única "passível de execução" e que permite agir com "equidade", mas lembrou "total abertura negocial".
"Não podemos por em risco o descongelamento de todos os funcionários públicos", declarou o ministro, acrescentando que é a única hipótese "sustentável financeiramente" e que dá possibilidade aos docentes de verem "reconstituídos 70% de um módulo de progressão", que resulta nos dois anos, 10 meses e 18 dias.
"Ir mais longe implicaria necessariamente por em causa o descongelamento de carreiras que aconteceu em janeiro de 2018", declarou.
A greve foi convocada pelas dez estruturas sindicais de professores que assinaram a declaração de compromisso com o Governo, em novembro, entre as quais as duas federações - Federação Nacional de Educação (FNE) e Fenprof - e oito organizações mais pequenas.
A greve arrancou na terça-feira nos distritos de Lisboa, Setúbal e Santarém e na região autónoma da Madeira, concentrou-se na terça-feira na região sul (Évora, Portalegre, Beja e Faro) e hoje chega à região centro (Coimbra, Viseu, Aveiro, Leiria, Guarda e Castelo Branco).
A paralisação termina na sexta-feira na região norte (Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real e Bragança) e na região autónoma dos Açores.