O ministro das Infraestruturas, João Galamba, vai ser, esta quinta-feira, ouvido no parlamento, sobre o anúncio da privatização da TAP, após requerimento de caráter obrigatório do PCP.
No mesmo dia em que o Conselho de Ministros aprovou o decreto-lei que enquadra as condições para a privatização da companhia aérea, o PCP requereu a audição urgente do ministro das Infraestruturas, considerando que se trata de "um crime contra a economia do país e contra a soberania nacional".
Em declarações aos jornalistas no parlamento, o deputado do PCP Bruno Dias considerou, então, que a intenção de o Governo alienar pelo menos 51% do capital da TAP confirma "o enfeudamento do PS aos interesses do grande capital e a sua submissão às imposições da União Europeia, que há muito traçou o objetivo de liquidar" a companhia aérea.
O deputado comunista referiu que, nos últimos 10 anos, a TAP "entregou de contribuições para a Segurança Social um total de 1,4 mil milhões de euros, e entregou ao Estado português em IRS mais 1,2 mil milhões".
O Governo anunciou, em 28 de setembro, a intenção de alienar pelo menos 51% do capital da TAP, reservando até 5% aos trabalhadores, e quer aprovar em Conselho de Ministros até ao final do ano, ou "o mais tardar" no início de 2024, o caderno de encargos da privatização, esperando ter a operação concluída ainda no primeiro semestre do próximo ano.