Nicarágua. Continua a aumentar número de vítimas
15-07-2018 - 20:19

Confrontos entre forças governamentais e civis que estão contra o Presidente Daniel Ortega já fizeram mais de 350 mortos só desde abril.

Pelo menos cinco pessoas morreram na denominada "Operação Limpeza" do Governo da Nicarágua, em diferentes ações armadas visando civis, que mantêm bloqueadas as estradas, denunciou a Associação Nicaraguense pelos Direitos Humanos (ANPDH).

"Há dois mortos em Diriá, dois também em Masaya e um em Catarina", disse à agência noticiosa espanhola o secretário-executivo da associação, Álvaro Leiva.

No município de Diriá, no departamento de Granada, as denominadas "forças combinadas" do Governo, que incluem polícias, agentes anti-motim e parmilitares, retiraram à força de suas casas Almer e Allan Morales, pai e filho, e executaram-nos, disse o ativista.

Em Masaya, no Bairro Camilo Ortega, morreram duas outras pessoas não identificadas ainda pela ANPDH, e um morador no município vizinho de Catrina

Leiva afirmou ainda que há registo de "vários" feridos, entre eles, em estado grave, uma menina em Catarina, alvejada no abdómen, e um rapaz de 13 anos, em Masaya.

O ativista disse que a Polícia e os agentes paramilitares tomaram à força o Centro Hospitalar de Masaya e negaram assistência às vítimas.

Em Masaya, segundo o responsável, não existe "um canal humanitário" para retirar feridos e transportá-los para Manágua, a 28 quilómetros.

Masaya está sitiada pelas forças governamentais e "não há forma de entrar na cidade e salvar vidas, porque estamos debaixo de fogo", disse.

Leiva informou ainda que as "forças combinadas" conseguiram "neutralizar", pela força das armas, os manifestantes nas barricadas, e realizaram um plano de "caça", casa a casa, à procura de opositores para os deter.

Um grupo de Mecanismo de Seguimiento para Nicaragua (Meseni) da Comissão Interamericana dos Direitos Humanos (CIDH) dirige-se para Masaya "para alcançar soluções pacíficas e proteger a população", anunciou o bispo auxiliar de Manágua, Silvio Báez, através da rede social Twitter.

Os protestos contra o Presidente começaram a 18 de abril e os manifestantes argumentam com o insucesso das reformas da segurança social, além das acusações de abuso de poder e corrupção. Os confrontos na Nicarágua já fizeram mais de 350 mortos.