O Ministério da Educação anunciou, ao início da noite desta quarta-feira, que identificou a escola onde decorreu a agressão a um menino nepalês, noticiada pela Renascença, mas que esta não tem registo de "qualquer ocorrência disciplinar".
Em comunicado, o Ministério afirma que a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares "contactou os agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas do concelho de Lisboa, não tendo sido identificada por estes nenhuma situação semelhante" à noticiada pela Renascença.
"Após insistência", o Centro Padre Alves Correia (CEPAC) colaborou no apuramento do estabelecimento em causa, na Amadora.
Segundo o Governo, a direção da escola informou que "os únicos alunos de nacionalidade nepalesa a frequentar o agrupamento estão no Ensino Secundário", mas a criança agredida foi retirada da escola depois do incidente.
O Ministério diz "desconhecer por completo o alegado episódio ou qualquer situação semelhante" e que não recebeu "qualquer participação sobre um ato idêntico".
"Não existe, por isso, qualquer ocorrência disciplinar registada", diz o Ministério da Educação.
À Renascença, a diretora do CEPAC declarou que, quando o caso aconteceu, há dois meses, não foi apresentada queixa às autoridades "por medo" dos pais e que a família pediu transferência do aluno por não se sentir "segura" na escola. Ana Mansoa classificou como "grave" a forma como a escola lidou com o caso, tendo desvalorizado e apenas avançado para a suspensão de um dos alunos por três dias.
O CEPAC informou, na tarde desta quarta-feira, que fez uma participação às autoridades acerca da agressão ao menino nepalês, de nove anos.
Em comunicado, o centro que presta apoio a migrantes afirmou que "os factos foram disponibilizados às autoridades competentes, a quem caberá fazer o seguimento da situação", e apelou "ao respeito pela privacidade da família e outras partes envolvidas, e em particular das vítimas do episódio sucedido".
A instituição que denunciou o caso de violência disse que "é urgente, enquanto sociedade, trabalharmos juntos no combate a manifestações e comportamentos desta natureza, e na identificação de situações de risco".