"É amoral". Preços dos bilhetes para ver Taylor Swift são “uma barbaridade”
24-05-2024 - 10:33
 • Sérgio Costa , Olímpia Mairos

O comentador analisa o fenómeno Taylor Swift que vai atuar esta sexta-feira e sábado no Estádio da Luz.

O comentador da Renascença considera que os preços dos bilhetes para os concertos da cantora norte-americana, em Lisboa, são “uma barbaridade”.

“É amoral”, diz Henrique Raposo que não coloca em causa “o mérito artístico” de Taylor Swift, mas, sim, o valor que é preciso despender para três horas de espetáculo.

“Pedir por um bilhete de música 400, 800 euros ou, se fossem dois, os mais baratos eram 200 euros, há 1 ano, é uma barbaridade incompreensível”, atira Raposo, apontando ao ambiente de crise, “onde há pessoas a fazer contas para conseguir uma sopa”.

“E mais onde os pais abdicam de dias de trabalho e de férias para levar os meninos à Taylor Swift. Eu não compreendo”, acrescenta.

No seu espaço de comentário n’As Três da Manhã, Raposo diz ter dificuldades em aceitar que os pais que estão neste momento a levar as crianças à Taylor Swift, amanhã venham dizer que a vida está cara.

“Tal como não aceito outra coisa. Há menores, mas também já há adultos. É o chamado mercado ‘Young Adult’, é a juventude dos ‘safe spaces’”.

Raposo sublinha ainda que “a geração que está a dar 300 ou 400 euros por um bilhete de Taylor Swift é a geração que ontem, segundo Montenegro, vai ser ajudada com o maior pacote de ajudas alguma vez dados a uma geração, alegadamente, porque é uma geração que está muito pobre”.

Ainda assim, o comentador admite que Taylor Swift tem muita influência na sociedade, na política, e até pode influenciar as eleições norte-americanas.

“Pode e ainda bem porque ela será anti trompista. Nesse sentido, é bom”, diz, questionando, no entanto, o uso da liberdade para abdicar da própria liberdade e seguir acriticamente uma pessoa que diz para votarem em ‘x’.

Henrique Raposo considera ainda “um pouco ridículo vivermos numa sociedade onde as crianças querem ser seguidores”.