O Papa pediu esta quarta-feira no Vaticano que os pais evitem “condenar” os filhos por causa das suas “orientações sexuais”, deixando uma palavra de solidariedade a todos os que passam por momentos de sofrimento.
“Pais que veem orientações sexuais diferentes nos filhos: como gerir isso e não se esconder numa atitude condenatória”, disse, durante a audiência pública semanal, no Auditório Paulo VI.
Francisco dirigiu-se a todos os pais que acompanham os problemas dos filhos, em particular os que perderam filhos por causa de uma doença ou de acidentes, ou que os acompanham numa doença crónica.
“Quanta dor há ali”, referiu.
O Papa, que prosseguiu o ciclo de catequeses dedicado a São José, recomendou aos pais que rezem e peçam ajuda, sem “nunca condenar um filho”.
A esses pais eu digo que não se espantem. Há muita dor, muita, mas pensem no Senhor, pensem em como José resolveu os problemas e peçam a José que os ajude. Nunca condenar um filho”.
Francisco recordou as mães que iam visitar os presos, em Buenos Aires, onde foi arcebispo, elogiando a “coragem” de quem acompanha “sempre” os seus filhos.
A intervenção apresentou o exemplo de São José como alguém que ligou a oração à caridade.
“Só quando unimos a oração com o amor ao próximo somos capazes de compreender as mensagens do Senhor. José rezou e amou, por isso recebeu sempre o necessário para enfrentar as provações da vida”, observou.
No final da audiência, o Papa deixou uma saudação aos peregrinos de língua portuguesa.
“Lembrai-vos sempre de agradecer a Deus o dom da sua proximidade que nos permite sonhar um mundo novo e construí-lo a partir da sua Palavra de vida. Que São José nos ajude a não nos cansarmos jamais da oração, fonte de alívio e coragem no nosso caminho. Que a Bênção do Senhor desça sobre todos vós”, declarou.
Francisco disse aos peregrinos que não podia deslocar-se até junto deles, para os habituais cumprimentos, por causa da uma inflamação num ligamento do joelho direito.
“É uma coisa passageira, dizem que só acontece aos velhos, não sei porque me aconteceu a mim”, brincou.
Francisco também apelou esta quarta-feira à oração pela paz na Ucrânia, no dia em que se vive uma jornada mundial por esta intenção, convocada pelo próprio Papa. "Por favor, nunca a guerra", pediu.
O santo padre falou dos sofrimentos do povo ucraniano ligados à segunda guerra mundial e lembrou que mais de cinco milhões de pessoas foram aniquiladas durante a guerra. "É um povo sofredor, sofreu a fome, tantas crueldades, e merece a paz.”